Rio (RJ) – O Prêmio Atabaque de Ouro é o maior encontro de curimbeiros do Brasil, a 18ª acontece em espaço icônico, na quadra da Portela. Escola de samba centenária em um local histórico. O evento é uma realização do ICAPRA – Instituto Cultural de Apoio às Pesquisas de Tradições Afro, (desde 1998), entidade que há 26 anos luta em favor dos direitos humanos, culturas populares e povos tradicionais. Com a direção de Marcelo Fritz, desenvolve várias ações para comunidades tradicionais e de terreiros, valorizando e mantendo tradições seculares.
A atividade inicia a partir das 13h e segue até às 19h30, promete surpresas guardadas a sete chaves! Além de música e participações especiais, o evento contará com uma feira cultural, com cerca de cinquenta expositores das mais diversas artes e culinária popular. Representativo, importante encontro valorizando as culturas populares tradicionais brasileiras. Anual, o evento, claro, terá participações de vários Estados do Brasil, dentre eles Amapá, Paraná, São Paulo, Salvador, dentre outros.
Antepassados
Criado no Rio de Janeiro, em 2005, o prêmio veio para difundir e mostrar valiosas heranças da cultura de nossos antepassados escravos. Os festivais de melodias de terreiro surgiram no início da década de 70 e chegou a ocupar quadra de grandes agremiações e até o Maracanãzinho na década de 90. O objetivo de Marcelo Fritz é valorizar e dar destaque, incentivar artistas, produtores e intérpretes, dentre demais profissionais que se envolvem nas produções com essa temática. O impacto do projeto, inclusive, levou a fomentação do movimento para outros estados do Brasil.
A importância deste projeto atraiu padrinhos de peso como Alcione, Ivone Lara, Moacyr Luz, Rita Benneditto, Dudu Nobre, Sandra de Sá, dentre outros que nesta trajetória deram as mãos para fortalecer este movimento, movimento esse presentes em suas músicas, que retratam a cultura de índios, escravos e mitologia afro brasileira, tão deturpada por nossa sociedade.
Em 2024 – homenageia Filhos de Gandhy da BA/Salvador. O afoxé mais tradicional do planeta receberá o título de “Padrinho”, prometendo presentear a festa com um grande show. Vale lembrar que o Afoxé Filhos de Gandhy da Bahia não faz show no Rio de Janeiro desde 2012, uma notória honra receber o grupo doze anos depois na cidade carioca. O presidente Gilsoney de Oliveira já confirmou presença, além de 17 integrantes.
Homenagem também para o grupo Afro Orunmilá que este ano completa 35 anos e o professor José Beniste – fundador do ICAPRA, escritor de obras de referências sobre cultura de Axé, radialista e pela relevante contribuição cultural.
Mais de 15 apresentações acontecem durante a atividade, grupos afros, cantoria, atabaques….. Premiará ainda diversas categorias: Categoria Campeão de Títulos / Diretor do Melhor Festival / Voz Veterana / Melhor Curimbeiro / Melhor Figurino / Melhor Letra / Melhor Intérprete / Melhor Coreografia / Categoria Campeão de Títulos, dentre outros. A premiação contará com corpo de jurados, composta por representantes de movimentos afros, mestres de curimbas, produtores e personalidades do Rio, Paraná e São Paulo.
Jurados da premiação – Sebastião Casemiro, considerado o Rei da Voz do Segmento, Pai Carlos Sampaio liderança de Omoloko, Mãe Miriam d’ Oyá, veterana dos festivais, Lederson Souza – Presidente do Afoxé Filhos de Yemanjá de Santa Catarina, Letícia Ventania – Diretora de percussão, Marcos Bandeira – Diretor do Projeto Douglas, Marcos Bandeira – Diretor do Grupo Origens e Douglas Jorge – Diretor de Percussão da Portela.
“A minha trajetória sempre tem demonstrado o meu empenho, a minha perseverança e a minha persistência. Quando olho para trás, observo o quão é possível! No setor de eventos, a força em realizar. E não preciso contar histórias, pois os fatos falam e mostram por si só! Já faz um bom tempo em que deixei de ser apenas um sonhador para me tornar, mais do que isso. Alguém que sonha sim, mas arregaça as mangas e realiza. O evento já ocupou teatros importantes em todo nosso país e a cada ano se fortalece com suas ações que afirmam a importância dessas tradições populares que estão vivas em nosso dia, mas invisíveis a sua origem e importância.!”, pontua Marcelo Fritz.
O prêmio mostra a força desta cultura que resiste, a mobilização de grupos que se organizam e criam estratégias alternativas para que se mantenham presentes neste encontro que é referência em reunir os bambas do ano chamado do maior encontro de curimbas do Brasil. A economia tem contribuição significativa dessas culturas que movimenta a moda, gastronomia, cabelo, estabelecimentos comerciais específicos para estes segmentos.
Marcelo Fritz lembra sempre de uma motivação que lhe dá um norte, ouviu de um baluarte e fundador da Mangueira: “Marcelo não pare, pois o samba foi vítima de preconceito, hoje tá na elite com patrocínio de grandes empresas, mas eu já apanhei na cara e tive meus instrumentos furados por ser sambista”. E ele vai seguindo em frente, em prol da liberdade religiosa, uma de suas principais pautas e a religião como cultura popular.
Com informações de assessoria
Wagner Sales – Editor de conteúdo