Por: Jorge Eduardo Magalhães
Na minha infância, apenas tinha conhecimento do Dia das Bruxas através dos filmes e desenhos americanos. Naquela época, ninguém cogitava em comemorar ou fazer festas do gênero; pelo menos, nunca ouvi falar em nenhuma festa halloween, nem na minha infância nem na adolescência.
Em 1998, um amigo de infância marcou seu casamento para essa data, enlace matrimonial, no qual eu seria um dos padrinhos. Alguém o alertou sobre a data e ele, com um discurso nacionalista, alegou que tal festividade não fazia parte da nossa cultura.
Lembro-me de quando saímos da festa, pegamos um van em que tinha um pessoal fantasiado, voltando de uma festa halloween. Chovia, e o grupo fazia uma enorme bagunça dentro do coletivo. Sinceramente, não me incomodou, muito pelo contrário: achei até divertido.
Entretanto, um fato que quero ressaltar foi um caso que aconteceu na citada data, um ano antes. Era o meu último ano na faculdade, ela cursava biologia, e tínhamos um namorico. Autodenominava-se uma bruxa dos tempos modernos embora não especificasse muito bem as razões.
Sentados em um bar, exatamente no Dia das Bruxas, anunciou que usaria seus poderes para ficar invisível, entrar no meu quarto e me acariciaria quando eu já estivesse pegando no sono. Já havia bebido mais do que devia, e ri dessa afirmação. Comecei a ficar apreensivo quando começou a descrever, com precisão, o local onde eu dormia.
Voltei para casa, já meio alto, pensando na fala da minha “amiga” e a descrição certeira do meu quarto. O efeito do álcool fazia com que imaginasse a possibilidade do que ela me falou ter um fundo de verdade, mas ao tomar banho e me deitar, acabei esquecendo aquele assunto.
Deitei-me e, quando estava quase pegando no sono, senti aqueles dedos me tocando. Levei um susto. Acordei amedrontado. Voltei a me deitar e, ao começar a relaxar, senti novamente umas mãos. Não conseguia mais dormir, levantei-me e fui à sala assistir televisão.
Até hoje fico intrigado se ela era realmente uma bruxa, ou foi o efeito do álcool que me fez ter aquela sensação.
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Muito bom! Que elas existem, existem!
Era o alcool KKK