Pente quente para alisar cabelo, também conhecido como chapinha baiana, ainda é vendido no mercado.

A cor Púrpura

Eugenia foi uma concepção racista, por intermédio da qual procurava-se justificar o atraso econômico, pelo fato de o país possuir uma grande população negra, pobre e doente, considerada por boa parte da elite médica brasileira, não adaptável e inconveniente ao desenvolvimento econômico, quando analisamos o conceito de raça usado para segregar e oprimir uma população que, ainda hoje, é invisibilizada, tendo os direitos humanos violados. O racismo estrutural simbolicamente mantém o povo preto no tronco, amarrado muitas vezes em promessas políticas. A partir disso podemos analisar a lei 10.639/03, onde a obrigação nas instituições não é abordada, como deveria ser, e é mais fácil entender o BNCC, do que a lei 10.639/03.

As teorias eugênicas no Brasil se consolidaram com o intuito de embranquecer a população, o que hoje pode ser visto como uma mancha na história. Em 1820, com as primeiras regras restringindo o tráfico de escravos, o Brasil incentivou em massa a migração europeia.

Além de trazer mão de obra qualificada para o Brasil, engenheiros sociais desejavam embranquecer o país.

As imigrações portuguesa, alemã, italiana e japonesa foram incentivadas no século XIX. Outras políticas públicas foram feitas no Brasil, motivadas pelas teorias eugenistas.

Entre 1853 e 1870, a então capital do Brasil, Rio de Janeiro, passou por uma reforma. O modelo de inspiração era a cidade de Paris, com largas avenidas arborizadas. Mas o centro do Rio era tomado por casarões antigos do período colonial.

As velhas estruturas abrigavam cortiços, casarões onde coabitavam muitas famílias de condição humilde.

Para os reformadores do Rio de Janeiro, a capital do país que desejava se modernizar não poderia ter seu centro tomado por pessoas tidas como “indesejáveis”. Motivadas pelas teorias eugênicas, as autoridades do Rio de Janeiro expulsaram os moradores dos cortiços do centro e demoliram os casarões.

A reforma do Rio de Janeiro deu origem ao processo de favelização da cidade.

A Eugênia mostra que os meios, pelo sofrimento psíquico, levaram as dores de ser negro em um país patriarcal, machista, racista e classista. O artigo 5º da Constituição Federal de 1988 diz que somos iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. E que a prática do racismo constitui crime inafiançável. Direitos que não são respeitados. Há no Brasil uma coisificação. Negros e negras deixam de ser vistos como pessoas e são tratados como coisas, deixando à mostra uma sociedade cruel e desumana adoecida por padrões e valores deturpados que julgam e condenam pessoas por sua cor, raça e classe.

As mulheres negras lutam contra machismo, racismo e exclusão. Há diferença enorme nas construções sociais de ser mulher e ser mulher negra. Existe uma desigualdade histórica que privilegia a população branca em detrimento da não branca. A nossa sociedade embasa comportamentos racistas e discriminatórios que se perpetuam e seguem ceifando vidas inocentes.

Precisamos lutar por uma sociedade mais justa, que se organiza no sentido de superar as injustiças sociais.

 

Denilson Costa

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