A loira do capitão Moreira

Por: Jorge Eduardo Magalhães

Edir Moreira, capitão da cavalaria da polícia, tinha o orgulho de ser o único negro de sua turma de aspirantes, chegara ao posto de capitão e logo seria promovido a major. Distante dos pares, arrogante com os subordinados e risonho com os superiores, só era totalmente submisso com uma pessoa: Margareth, sua esposa. Havia terminado o noivado com uma namorada de infância para ficar com Margareth. Loira, de lindos olhos esverdeados, conhecera seu capitão numa roda de samba. Logo se casaram e tiveram uma filha que já estava com cinco anos.

O casamento era perfeito quase o ano inteiro, com exceção do carnaval, quando Magareth sumia os quatro dias e só retornava ao lar na Quarta-Feira de Cinzas. Moreira não podia ir atrás dela, pois ficava quase o carnaval inteiro de serviço. A menina ficava com sua sogra que, com seu olhar de cúmplice, parecia saber por onde a filha andava. Ouvia alguns boatos, mas não dava ouvidos. Diziam tê-la vista em trajes mínimos na frente da bateria de um bloco que desfilava na Avenida Rio Branco, ou que havia sido vista numa das transversais escuras da avenida aos beijos com um dos membros da bateria. Tudo intriga, bando de invejosos.

Quarta-feira, pela manhã retornava ao lar e tudo voltava ao normal. Moreira era feliz ao lado de Margareth esperando ansiosamente sua promoção a major.

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