Por: Jorge Eduardo Magalhães
Faz dois meses que Belzinha saiu do hospital. Está totalmente desfigurada por causa das cicatrizes das queimaduras. No fundo, o Padrinho sente remorsos, sente-se culpado pela tentativa de suicídio da afilhada, mas sofre mais por ter perdido a casa mobiliada prometida por Totonho em troca de Belzinha que devido às queimaduras não é mais a ninfeta do bairro. Ela nada fala, parece estar em constante estado de choque. O queixo colou no pescoço, os braços e a barriga, enrugados. Devido ao seu sentimento de culpa, faz uns carinhos em Belzinha sentindo certo prazer, mas depois vem o asco, tem vontade de matá-la, mas logo se arrepende do seu pensamento.
Convence a afilhada que devem morrer juntos, a vida não faz mais sentido para eles. Belzinha toma primeiro o veneno misturado no café. Chega a sua vez de beber, o Padrinho não tem coragem gritando, enquanto a afilhada agoniza dando o suspiro final:
– Fala comigo meu amor, não me deixe!
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Que triste drama!