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Ex-jogador Denilson. Foto: Reprodução.

A vida começa quando você não escolhe seu próprio nome

A vida começa quando você não escolhe seu próprio nome. Desde o momento em que chegamos ao mundo, somos apresentados a um rótulo, uma identidade que nos acompanha por toda a jornada. O nome, escolhido por nossos pais ou responsáveis, carrega significados e histórias, mas também nos coloca em um caminho que, muitas vezes, não escolhemos.

Lembro-me quando falava com os meus pais sobre meu nome, minha mãe já falava, você era para se chamar Ancelmo, que seria a junção de Angélica e Celso com muito amor, mas meu pai, que torcia pelo Fluminense e tinha um ídolo e grande jogador chamado Denilson, aí não teve escapatória. No início de minha adolescência, meu primeiro emprego foi no cartório de casamento, onde se dão nomes, trocam-se nomes e incorporam-se nomes “Guilherme de Campos”, e por sinal, meu primeiro patrão, na minha cidade, Lorena . Às vezes pensava em lugar de vários nomes, às vezes ainda sem histórias!

Na infância, essa imposição pode parecer leve, até mesmo engraçada. Cada novo amigo traz consigo uma nova forma de nos chamar, e as brincadeiras ao redor do nome se tornam uma parte da nossa construção identitária. Mas, à medida que crescemos, percebemos que o nome também pode ser uma armadilha. Ele nos define, nos limita e, em certos momentos, nos desafia.

A vida realmente começa a se mostrar em seus vários desafios. A partir do primeiro dia de aula, enfrentamos a expectativa dos professores, a pressão dos colegas, e a necessidade de nos encaixar. O nome que nos foi dado pode se tornar um fardo ou uma bênção, dependendo de como nos relacionamos com ele e com o mundo ao nosso redor. “Ah, você é o filho do fulano!” O “Olha, é aquela que…”, e assim somos moldados, não apenas pelo que somos, mas pelo que os outros esperam que sejamos.

À medida que os anos passam, os desafios se tornam mais complexos. Escolhas são feitas, e muitas vezes, não temos controle sobre elas. O nome que nos foi dado pode parecer uma veste apertada quando tentamos nos libertar dos estigmas e das expectativas que ele traz. “Você deveria seguir a carreira da sua família”, “Você não pode fazer isso, é muito arriscado”. Cada palavra é um lembrete de que, embora sejamos donos de nossas vidas, há sempre um peso que carregamos.

No entanto, é nesse emaranhado de expectativas e desafios que encontramos o verdadeiro significado de viver. A vida começa a ganhar forma quando começamos a questionar. Questionar o nome, questionar as expectativas, questionar a trajetória que nos foi traçada. É quando desafiamos as normas e nos permitimos explorar novas possibilidades que a vida realmente começa a acontecer. É nesse processo de autodescoberta que encontramos a força para redefinir o que significa nosso nome. Podemos transformá-lo em uma ferramenta de empoderamento.

Ao invés de nos sentirmos limitados, começamos a ver nosso nome como um símbolo de resistência, um testemunho das batalhas que enfrentamos e das vitórias que conquistamos. A vida é uma constante reinvenção, e cada desafio se torna uma oportunidade de crescimento. Aprendemos que, embora não tenhamos escolhido nosso nome, temos o poder de escolher como queremos vivê-lo. E assim, a vida se intensifica, revelando suas nuances e surpresas.

No fim das contas, a vida começa quando aceitamos que, mesmo sem escolher nosso próprio nome, somos os autores de nossa história. E a história é sempre feita de desafios, superações e, acima de tudo, de autenticidade. É na busca por ser quem realmente somos que encontramos a verdadeira essência da vida.

Gratidão pai e mãe!

 

Denilson Costa.

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