Por: Jorge Eduardo Magalhães
No velório observava a viúva chorando diante do caixão do marido. Estava ainda mais linda toda de preto e se debulhando em lágrimas.
Lembrou-se de quando a viu pela primeira vez, foi amor à primeira vista, suspirava ofegante. Aquela seria a mulher de sua vida, amava-a com toda força de seu coração. Mas nunca conseguia se aproximar dela, sempre com uma amiga ou algum pretendente a cercando.
Um dia ela apareceu namorando o bonitão da rua, um rapaz alto, moreno e que só andava com outro galã e, juntos, faziam as meninas suspirarem. Ele chorou, entrou em desespero. No dia do seu casamento, tomou um porre caindo pela rua.
Ela se casou, teve filhos, aparentemente foi feliz e enviuvou. Vinte anos havia se passado, ela estava um pouco mais rechonchuda, a pele com menos brilho e alguns fios de cabelos brancos, mas continuava linda. Ficara solteiro durante vinte anos esperando aquele momento, nem havia se casado, quando sua libido falava mais alto procurava uma profissional. Estava pensando em oferecer ajuda para aquilo que precisasse e passado algum tempo, com muito jeitinho declararia todo o seu amor.
Aquele era o seu momento, despertara do devaneio, quando apareceu no velório o antigo amigo do marido da viúva, um pouco mais velho e com ar de bem sucedido. Abraçou a viúva forte, ficaram assim durante algum tempo. Ela correspondeu uma olhar brilhante e carinhoso. Não podia acreditar, a mesma sensação de ciúmes do passado estava despertando. Será que teria de esperar mais vinte anos?
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Caraca!!! Que azar.
Muito bom, como a psicologia do personagem é rica e bem construída.