Por: Jorge Eduardo Magalhães
Passando por esta praia, lembro-me há anos atrás quando queria acabar com minha vida me atirando neste mar violento por causa do meu amor não correspondido por aquela ingrata. Foi aquela voz bondosa que percebeu minhas intenções e me convenceu a desistir de tal loucura. Acho que por gratidão que me casei com a dona daquela voz bondosa, não era bonita, mas também não era feia; com os anos engordou um pouquinho, mas nada que me desse vergonha de apresentá-la como minha esposa. Tivemos filhos, uma vida confortável. Se não fui feliz, também não fui infeliz, mas sempre pensava naquela ingrata que machucou meu coração. Como ela estava? Por onde andava?
Recentemente a encontrei, ou melhor, passamos um pelo outro. Percebi que ela também havia me reconhecido. Estava envelhecida, decrépita, o tempo havia acabado com sua beleza. Uma jovem, que não sabia se era sua filha empurrava sua cadeira de rodas. O que teria acontecido para que ela se acabasse daquele jeito? Quais infortúnios haveria se metido? Respirei aliviado por ter me livrado de tamanho estorvo.
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Muito bom! Belo ensinamento de que não devemos nos lamentar sobre as perdas, mas agradecer sempre as coisas boas da vida!
Que legal!!! Era pra estar ali mesmo esperando a VOZ, ter sido dispensado foi, como se diz, um livramento.