Luanda (AO) – Em declarações à imprensa no acto de lançamento da consignação das condutas adutoras para o Projecto Quilonga Grande, na província de Icolo-y-Bengo, o Ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, reconheceu que a capital do país e o território que compreende a nova província dependem maioritariamente dos camiões cisternas para o abastecimento de água potável às populações. “Sabemos que o abastecimento de água ainda é feita maioritariamente por cisternas” .
“Com a conclusão do projecto em finais de 2026, princípio de 2027 essa realidade vai mudar”, garantiu o titular do sector na cerimónia testemunhada pelos governadores das províncias de Luanda e Icolo-y-Bengo e diversas entidades que esperam ver para crer a concretização das declarações de Baptista Borges.
Até 2027, os operadores dos camiões cisternas continuarão a transformar a escassez de água potável na província de Luanda em oportunidade para explorar os moradores dos bairros periféricos cobrando até 60.000 (sessenta mil) kwanzas por 20.000 litros.
A reportagem Polo de Notícias deslocou-se no município de Cacuaco esta semana, epicentro da epidemia de cólera, e o que constatou foram vários bairros sem o fornecimento de água potável. No bairro Augusto Ngangula os populares estão a perfurar as mangueiras de garimpeiros de água para conseguir o líquido precioso, porque até os tanques subterrâneos estão vazios.
Os operadores do sector de abastecimento de água potável por camiões cisternas justificam a subida dos preços por litros com o nível de procura diária pelos proprietários de tanques subterrâneos, bem como com as vias esburacadas nos bairros periféricos das províncias de Luanda e Icolo-y-Bengo.
“Uma cisterna de 20.000 litros pode custar entre 40.000 kwanzas e 60.000 kwanzas, dependendo sempre da zona e disponibilidade do produto nas girafas”, disse o camionista Adão Gomes, em Cacuaco.
Com informações de Geraldo José Letras (correspondente em Angola)
Wagner Sales – Editor de conteúdo