Por: Jorge Eduardo Magalhães
Amava aquela mulher, por isso, achava-se na obrigação moral de dar tudo para ela e para seu filho, mesmo não sendo o pai da criança. No início, o menino chamava-o de pai, sempre quando queria alguma coisa, mas com o tempo, foi o tratando cada vez com menos respeito.
A mulher sempre cobrava que a escola do menino, o curso de inglês, entre outras despesas, estava atrasadas, endividando-o mais e recebendo em troca cada vez menos respeito e consideração por parte do enteado, que sempre depois que conseguia o que queria do padrasto o chamava de “banana”. Toda vez que ameaçava reagir, a mulher se intrometia dizendo que ele não era pai do garoto. Bufava de ódio, tinha vontade falar “se não é meu filho então peça as coisas ao pai dele!”. Mas sempre que ameaçava falar desistia, pois amava aquela mulher.
Seu inferno aumentava quando o pai do menino aparecia para visitá-lo. Era tratado com desprezo e desdém inclusive para a esposa que sempre demorava bastante quando o ex-marido ia embora e ela fazia questão de levá-lo até o ponto de ônibus.
Ensaiava tomar uma decisão, dar um basta naquilo tudo, mas não conseguia, amava aquela mulher.
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Muito bom! Não sei se dá raiva ou pena de um sujeito assim.