São Paulo (SP) – No auge da competição mais prestigiada do mundo, Flávia Maria de Lima, velocista pentacampeã dos 800 metros, enfrenta um desafio pessoal fora das pistas. Em plena Olimpíadas de Paris 2024, a atleta é alvo de uma disputa judicial sob a acusação de abandono parental pelo ex-marido.
Por se tratar de uma situação que envolve menor, o processo é mantido em segredo de justiça, mas sabe-se que o caso envolve os bens a serem partilhados e a guarda da filha do ex-casal. Flávia está sendo acusada pelo ex-marido de negligência e de abandonar a criança de 6 anos, em razão das viagens que realiza para competições e treinos.
Violência Institucional
Na avaliação de Vanessa Paiva, especialista em Direito de Família e Sucessões e sócia do escritório Paiva & André Sociedade de Advogados, a atleta é vítima de violência institucional e processual. “No contexto de disputas familiares, e especificamente no caso da atleta Flávia, esse tipo de violência pode ser identificado pelo fato de o seu ex-marido utilizar o sistema judiciário de forma manipuladora para continuar a exercer controle e abuso sobre ela”, afirma Paiva.
Segundo a especialista, a violência institucional refere-se aos atos cometidos por instituições estatais, que podem ser diretos ou indiretos. “Isso pode incluir um tratamento preconceituoso, de forma a discriminar com base em estereótipos de gênero, desconsiderando a palavra da mulher e favorecendo o homem, além da falta de sensibilidade dos servidores e até mesmo a demora que pode vir a prejudicar exclusivamente as mulheres.”
Além disso, Paiva salienta que o ex-marido de Flávia tem utilizado o processo de forma abusiva, caracterizando violência processual e litigância abusiva e sucessiva. “O que se identifica é que o processo tem sido utilizado de má-fé extrema, ao promover acusações mentirosas contra a atleta, como alegações de negligência e abandono da filha, para desacreditar a mãe e obter vantagem na custódia da criança.”
Em meio à pressão de competir no evento esportivo mais importante do mundo, Flávia também luta para proteger seus direitos e a relação com sua filha. A situação traz à tona a necessidade urgente de maior sensibilidade e justiça no tratamento de casos de disputas familiares, onde a manipulação do sistema pode causar danos irreparáveis.
Com informações de assessoria
Wagner Sales – Editor de conteúdo