Foto: Prefeitura do Rio

Baila comigo

A palavra samba procede da expressão africana semba, que quer dizer umbigada, empregada para designar dança de roda. Diferentemente de algumas danças de umbigada que tinham caráter religioso como o jongo, por exemplo, o momento da roda de samba era profano. Quando chega o carnaval, como diz um ditado popular: “ALEGRIA É GERAL”; passa pela avenida e chama muita atenção o mestre sala e porta bandeira.

A dança do Mestre Sala e da Porta Bandeira é sem dúvida, formada na época da escravidão do povo africano. Onde se uniram as danças dos ritos e rituais aos orixás(pois é indiscutivelmente a dança característica desta etnia) pela apreciação dos negros escravos pela dança da corte europeia, que analisavam cuidadosamente (quando podiam olhar pelo buraquinho da fechadura) os passos dos nobres, que bailavam ao som erudito Minueto, e após, na senzala, esses negros repetiam, de sua forma a dança vista na casa grande, caricata,  samba no pé pois diferente dos seus senhores e senhoras, não praticavam nem frequentavam as aulas de dança, para os famosos saraus.

No século XVIII, os saraus na corte e Luiz XV dão o exemplo de classe e graça das danças francesas. Mais adiante os saraus em terras brasileiras ganham espectadores muito atentos que, da senzala, apreciam os gestos feitos pelo mestre de cerimônias na abertura dos salões e condução dos casais. A seguir montam sua própria roda de dança e jocosamente, refletem todo o gestual, numa caricatura da corte. Por conseguinte, as vestimentas do Mestre Sala e da Porta Bandeira se inspira na indumentária da época. E os passos do casal jamais lembra o samba, mas a aristocrática dança dos salões.

Quando a porta-bandeira empunha o pavilhão e gira com ele, ela saúda toda ancestralidade que está ali, ela recolhe o axé e o espalha para toda a sua comunidade. O empunhar e levantar o pavilhão também tem o significado de guiar a sua comunidade; a porta-bandeira a girar com o pavilhão é como uma bússola para indicar o caminho a ser seguido pela comunidade. Já o mestre-sala tem sua dança baseada nos golpes de capoeira. Ele gira em torno da porta-bandeira marcando território e para observar possíveis rivais que queiram invadir e roubar seu pavilhão ou sua porta-bandeira. Os giros também são uma forma de cortejar a porta-bandeira. A ginga, o jeito malandreado revelam um corpo sempre preparado para qualquer contratempo.

 

Denilson Costa

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