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BC Eleva Taxa Selic Para 14,75%, Maior Nível Desde 2006

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu aumentar a taxa Selic, os juros básicos da economia brasileira. Por unanimidade, a taxa foi elevada em 0,5 ponto percentual, atingindo 14,75% ao ano. A decisão, já esperada pelo mercado financeiro, reflete a pressão da alta do preço dos alimentos e da energia, além das incertezas persistentes na economia global.

Esta é a sexta alta consecutiva da taxa Selic, que agora alcança o maior nível desde agosto de 2006. Em seu comunicado, o Copom não sinalizou explicitamente os próximos passos, mas destacou que o cenário de elevada incerteza exige “cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação”. Essa prudência, segundo o Banco Central, será necessária tanto em eventuais aumentos futuros quanto no período em que a Selic permanecer no patamar atual de 14,75%.

A taxa Selic é o principal instrumento utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em abril, a prévia da inflação (IPCA-15) ficou em 0,43%, acumulando alta de 5,49% em 12 meses, valor que supera o teto da meta contínua de inflação. A pressão vinda do preço dos alimentos continua sendo um fator significativo.

Meta

Desde janeiro, o Brasil adota um novo sistema de meta contínua de inflação. A meta central, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo (limites de 1,5% e 4,5%). Nesse modelo, a meta é apurada mês a mês, comparando a inflação acumulada nos últimos 12 meses com a meta e seu intervalo, deslocando-se continuamente no tempo.

As projeções de inflação para o futuro continuam desafiadoras. No cenário de referência, o Banco Central prevê que o IPCA atingirá 4,8% em 2025 (acima do teto da meta) e 3,6% no fim de 2026, considerando seu método de “horizonte ampliado” de 18 meses. Essas estimativas representam revisões em relação à reunião anterior do Copom (março). As previsões do mercado financeiro, coletadas pelo boletim Focus, são mais pessimistas para o ano atual, indicando que a inflação oficial deve fechar 2024 em 5,53%, mais de 1 ponto acima do limite superior da meta.

O aumento da taxa Selic impacta a economia ao encarecer o crédito, o que desestimula o consumo e a produção, buscando conter a inflação. Por outro lado, essa política monetária contracionista pode dificultar o crescimento econômico. O Banco Central, em seu último Relatório de Inflação, reduziu a projeção de crescimento do PIB para 2025 para 1,9%. O mercado, via boletim Focus, projeta uma expansão semelhante, de 2% para o PIB em 2025.

A taxa básica de juros Selic é a referência para todas as demais taxas de juros da economia e é utilizada nas negociações de títulos públicos federais. Ao elevá-la, o Banco Central tenta segurar o excesso de demanda que pressiona os preços, estimulando a poupança. Reduzir a Selic tem o efeito contrário, barateando o crédito e estimulando a economia, mas enfraquecendo o controle da inflação, exigindo que a autoridade monetária tenha segurança sobre o controle dos preços antes de realizar cortes.

 

Com informações de assessoria / Agência Brasil

Wagner Sales – Editor de conteúdo

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