Rio – Assim que o Brasil assumiu a presidência temporária do G20, nesta sexta-feira (01/12), a cidade do Rio de janeiro passou a ser a capital do mundo. Afinal, o grupo das 19 maiores economias do planeta, mais a União Europeia e a União Africana, somam 80% do PIB e 65% da população mundial. O encontro de cúpula com os chefes de Governo e Estado é o mais importante da programação e ocorrerá nos dias 18 e 19 de novembro de 2024, no Rio.
Ao longo do próximo ano, dezenas de outros eventos ligados ao G20 também vão ser realizados na capital fluminense. Milhares de autoridades debaterão temas como financiamento da ação climática, o combate à pobreza e à fome e reforma das instituições internacionais. A cidade amanheceu nesta sexta-feira /1/12) com inúmeras intervenções em vários pontos destacando a realização do evento internacional.
– O G20 coloca o Rio, mais uma vez, no centro do mundo. Como cidade global, assumimos não só o papel de anfitriões, mas também de liderança em defesa de um papel mais expressivo das cidades nas decisões e nos acordos globais. O G20 é nossa Olimpíada do PIB. É uma oportunidade única para consolidarmos o Rio como potência do desenvolvimento sustentável, recapitalizarmos nossa cidade e gerar benefícios concretos para os cariocas – afirmou o prefeito Eduardo Paes.
Clima do G20 já está presente
Os cariocas já podem sentir o clima do G20. Várias intervenções foram instaladas na cidade. O Palácio da Cidade e a sede administrativa da Prefeitura ganharam bandeirões; um imenso mural foi instalado na Cidade das Artes; e faixas, na passarela da Rocinha, na Avenida Brasil (no cruzamento com o Linha Vermelha), no Túnel Santa Bárbara (em Laranjeiras e no Catumbi), na Radial Oeste (sentido Praça da Bandeira), nos pórticos no Túnel Rebouças (nos dois sentidos) e na Avenida Rei Pelé. Além disso, dois tótens instagramáveis foram inseridos em dois cartões postais da cidade: um no Aterro do Flamengo (altura do Assador Rio) e outro na Avenida Atlântica (altura da Av. Princesa Isabel).
Nesta sexta-feira, para marcar a data, a roda-gigante localizada na Região Portuária vai projetar a marca da cidade no G20, das 19h às 5h.
Com o objetivo de envolver a população carioca na realização do evento, várias iniciativas estão programadas. Nesta sexta-feira, já foi lançada a página “Rio Capital do G20”, em que todos vão poder obter informações sobre as ações cariocas relacionadas ao fórum de cooperação econômica, que reúne as 19 maiores economias do mundo, a União Europeia e a União Africana.
A cidade do Rio, com experiência adquirida na realização de grandes eventos ao longo dos anos, está estruturada e pronta para cumprir com a agenda prevista. O município vai coordenar as ações logísticas e promover iniciativas e encontros. Para tanto, a prefeitura criou o Comitê Rio G20. Todos os órgãos e secretarias municipais se envolveram na construção do calendário de eventos da cidade pela inédita presidência brasileira do G20.
– O Comitê Rio G20 foi criado a partir do diagnóstico de que a prefeitura da cidade do Rio de Janeiro poderia – e deveria – apoiar proativamente os esforços logísticos e intelectuais do Brasil, por meio de seu governo federal, no desafio inédito de presidir e receber o G20. Este é um esforço público que transborda para instituições da sociedade civil – afirmou Lucas Padilha, presidente do Comitê Rio G20.
O comitê estabeleceu contato estreito com o Governo Federal, por meio do Ministério das Relações Exteriores, e tem organizado eventos e fóruns com instituições de estudo e pesquisa fundamentais em grupos de engajamento do G20, como o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) e Fundação Alexandre Gusmão (Funag). As três instituições organizarão no Rio o encontro do T20 (Think Tank), o grupo de pensamento do G20. As recomendações do T20 são apresentadas aos grupos de trabalho do G20, reuniões ministeriais e de cúpula de líderes para ajudar a definir medidas políticas concretas.
Projetos para melhorar a vida da população
Nos últimos três anos, o Rio retomou projetos para melhorar a vida da população com a promoção da igualdade social, diminuição da pobreza, combate à fome e enfrentamento das questões climáticas que são temas chaves do G20.
Uma das ações de combate à fome, o Programa Prato Feito Carioca já serviu mais de 2,7 milhões de refeições, em suas 17 cozinhas instaladas em áreas próximas a comunidades. No total, são 4.760 refeições servidas por dia a cariocas inscritos no cadastro único da Assistência Social e também a qualquer trabalhador em situação de vulnerabilidade econômica. Além disso, os beneficiados destes projetos ainda são inseridos nos programas Trabalha Rio e Rio+Cursos, de qualificação.
No campo econômico, em agosto de 2022, o Rio voltou a ter uma taxa de desemprego de um dígito, algo que não ocorria desde 2016. Para 2023, a projeção do município é que o desemprego médio fique em 9,2% e caia para 8,0%, em 2024.
E como uma cidade líder nas soluções para os desafios das questões climáticas, o Rio, desde 2021, investiu R$ 2,1 bilhões em ações preventivas para minimizar os impactos das intempéries relacionados a eventos climáticos e proteger os cariocas. O conjunto de iniciativas, que totalizou 308 ações neste governo, contou com a participação de 30 órgãos municipais, incluindo secretarias, empresas públicas e subprefeituras. Contenção de encostas, programas de infraestrutura e aquisição de novas tecnologias, além do aprimoramento e efetividade da capacidade de resposta aos eventos, formam a base do conjunto de ações.
O G20 foi criado em 1999 como reunião de coordenação estratégica entre ministros de Fazenda e presidentes de bancos centrais das 20 maiores economias do mundo. Desde 2008, enquanto resposta à crise financeira global, o G20 realiza anualmente cúpulas que contam com a participação de chefes de estado e de governo. Desde então o grupo se consolida como fórum multilateral de alto nível em desafios comuns como transição climática, cadeias de valor, combate à pobreza e industrialização de países do sul global.
Os membros do G20 representam cerca de 85% do PIB global, mais de 75% do comércio global e cerca de dois terços da população mundial. O grupo é formado por Brasil, África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Canadá, China, Coréia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia, União Europeia e União Africana.
Com assessoria
Wagner Sales – Editor de Conteúdo