O Racismo no Brasil é evidenciado, termos ousados como uma “doutrina”, que não é generalizada mas acontece em uma proporção considerável, as quais se identificam em determinadas atitudes como o linguajar, gestos , políticas ou religião. No entanto, muitos tentam minimizar, relatando que o Brasil não é um país racista, por ser miscigenado. Construir uma Identidade negra na sociedade brasileira, não é fácil, o processo civilizador ao longo da história do Brasil, vem revelando e impondo uma condição de outsider para a população negra.
Vamos falar um pouco do surgimento da maior e mais conhecida favela do Rio de Janeiro, a “CABEÇA DE PORCO”. Famoso e vasto cortiço no centro do Rio, perto de onde está, hoje, o túnel João Ricardo.
À sua entrada, existia um grande portal em arcada encimado por uma cabeça de porco. Arcos, com cabeças de animais em gesso, eram comuns à época, em quintas e chácaras.
As histórias que cercam este cortiço são contraditórias. Algumas passaram a lendas urbanas, como a que dizem ter sido habitado por 4000 pessoas. Mas por volta de 1800 era, talvez, o maior cortiço da cidade. Um verdadeiro labirinto arquitetônico que se estendia da Rua Barão de São Felix até a pedreira dos Cajueiros, no Morro da Providência.
A origem do termo surgiu após a guerra de canudos, onde ficava o morro da favela original, graças a uma planta conhecida como faveleira, farta no local. Alguns dos soldados, ao regressarem vitoriosos ao Rio de Janeiro, em 1897 também não receberam o prometido soldo, os que ficaram na capital federal foram invadindo, com apoio de um oficial, uma antiga chácara dando origem ao Morro da Providência.
Depois de uma confusão em que tentaram matar o prefeito, estabeleceu-se um caos, uma grande desordem. Em função disso, os soldados foram desmobilizados. Eles saem do Ministério do Exército desempregados e sem ter como viver. Atrás dali tinha o Morro da Providência e eles ocupam esse morro, ressaltando que nessa época a região já estava lotada de cortiços.
Mas foi com a total abolição da escravatura que a cidade ficou cheia e sem ter moradias para todos. “Todos os escravos do Vale do Paraíba – 200 mil – invadem a cidade do Rio de Janeiro. Aqui eles não tinham onde morar, começam a surgir os primeiros mendigos e o conceito de multidão”
Denilson Costa