A Polícia Civil do Rio de Janeiro, através da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), prendeu nesta quinta-feira (29/05) o cantor de funk Poze do Rodo. Ele é investigado por apologia ao crime e por seu suposto envolvimento com a facção criminosa Comando Vermelho (CV). A operação que resultou na prisão ocorreu no bairro do Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio.
Segundo a polícia, as investigações indicam que Poze do Rodo realiza shows exclusivamente em áreas dominadas pelo CV. Nesses eventos, há a presença ostensiva de traficantes armados com fuzis, que garantem a “segurança” do artista e do evento. Além disso, a polícia identificou que o repertório das músicas entoadas pelo cantor faz clara apologia ao tráfico de drogas, ao uso ilegal de armas de fogo e incita confrontos armados entre facções rivais, o que, frequentemente, resulta em vítimas inocentes.
Financiamento do Tráfico e Impacto na Comunidade
A polícia aponta que esses eventos são estrategicamente utilizados pela facção para aumentar seus lucros com a venda de entorpecentes. Os recursos obtidos são, então, revertidos para a aquisição de mais drogas, armas de fogo e outros equipamentos necessários à prática de crimes.
A operação é baseada em um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça. Há evidências de que os shows de Poze do Rodo são financiados pelo Comando Vermelho, contribuindo para o fortalecimento financeiro da facção por meio do aumento do consumo de drogas nas comunidades onde os eventos são realizados.
Um desses eventos ocorreu em 19 de maio deste ano, na comunidade da Cidade de Deus, com a presença de diversos traficantes armados. O show, no qual o cantor enalteceu a facção criminosa, aconteceu poucas horas antes da morte do policial civil José Antônio Lourenço, integrante da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), durante uma operação policial na mesma comunidade.
O secretário estadual de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, afirmou que “esse suposto MC que foi preso transformou a música num instrumento de dominação, divulgação e disseminação da ideologia e da narcocultura do Comando Vermelho”. Ele acrescentou que “as letras enaltecem o uso de armas de grosso calibre e o uso de drogas, além de fomentar guerras e disputas territoriais com facções criminosas rivais”.
A Polícia Civil reitera que as letras de Poze do Rodo extrapolam os limites constitucionais da liberdade de expressão e artística, configurando crimes graves de apologia ao crime e associação para o tráfico de drogas. As investigações continuam para identificar outros envolvidos e os financiadores diretos desses eventos criminosos. A justiça decidiu manter a prisão provisória do cantor Poze do Rodo por 30 dias.
Com informações de assessoria / G1
Wagner Sales – editor de conteúdo
Foto: Divulgação