Após o afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) na última quinta-feira (15), o vice-presidente Fernando Sarney, nomeado interventor, convocou novas eleições. O pleito está marcado para o próximo domingo, 25 de maio, e terá Samir Xaud, atual Presidente da Federação de Roraima, como candidato único.
Ednaldo Rodrigues havia sido afastado por decisão do Desembargador Gabriel Oliveira Zéfiro do TJ-RJ e, apesar de ter recorrido ao STF, desistiu do recurso, alegando que a decisão era para o bem do futebol brasileiro.
Quem é Samir Xaud, o Próximo Presidente da CBF?
Samir Xaud, de 41 anos e natural de Boa Vista (Roraima), é médico infectologista, especialista em medicina esportiva e empresário da área de esportes. Ele é proprietário de um centro de treinamento em Boa Vista focado em saúde, bem-estar e atividades físicas. Samir sucede seu pai, Zeca Xaud, que presidiu a federação de Roraima por mais de 40 anos.
Com o apoio de 25 das 27 federações estaduais e de 10 dos 40 clubes das Séries A e B do Brasileirão, Samir Xaud já possui uma base sólida para a eleição. O sistema de votação para a presidência da CBF, alterado em 2017, atribui pesos diferentes: votos de federações valem 3 pontos, clubes da Série A valem 2 pontos e clubes da Série B valem 1 ponto. Com isso, Samir teria pelo menos 85 dos 141 votos possíveis.
Exigências dos Clubes para Maior Protagonismo na CBF
Os clubes brasileiros buscam maior protagonismo e participação nas decisões da CBF. Para isso, apresentaram diversas exigências:
- Alteração do processo eleitoral, com foco no peso dos votos.
- Obrigatoriedade da participação dos clubes em todas as Assembleias Gerais da CBF.
- Compromisso de criação da Liga e reconhecimento de que as propriedades comerciais das Séries A e B pertencem aos times.
- Alteração das regras de governança, efetivando o poder executivo da Comissão Nacional de Clubes.
- Profissionalização da arbitragem, garantindo dedicação exclusiva dos árbitros das Séries A e B e investimento em treinamento contínuo.
- Calendário do ciclo 2026-2030 aprovado por Libra e LFU em conjunto com a CBF.
- Fomento e apoio financeiro direcionado às Séries B, C e D e ao Futebol Feminino.
- Estabelecimento de regras de Fair Play Financeiro.
Os clubes defendem que o futebol brasileiro não é propriedade exclusiva da CBF, argumentando que são eles que formam os jogadores e atraem as multidões aos estádios, justificando assim a necessidade de mais poder na gestão da entidade.
Com informações de Salvador Gama
Wagner Sales – editor de conteúdo
Foto: Divulgação / CBF