Chegar ao envelhecimento sendo negro é uma conquista.

Construída sobre as bases da desigualdade, o país por muito tempo, por falta de políticas públicas, reservou para a população negra o lugar das classes sociais mais pobres e de condições mais precárias. Apesar da abolição oficial da escravatura dos povos africanos e seus descendentes, não há como negar que persiste ainda hoje, na nossa sociedade, um racismo silencioso e não declarado. A persistência desta situação ao longo desses anos é facilmente observada na precocidade dos óbitos, pois ainda não constatada na pandemia do século XXI com o covid 19, nas altas taxas de mortalidade materna e infantil, na maior prevalência de doenças crônicas e infecciosas, bem como nos altos índices de violência urbana que incidem sobre a população negra.

A resistência dos movimentos sociais vem denunciando a indignidade das condições de vida da população negra, traduzindo-as em reivindicações por políticas públicas que reduzam a desigualdade e ampliem a equidade do acesso aos bens e serviços públicos. O desenvolvimento da sociedade colonial e o processo de objetificação dos milhões de negros escravizados, trazidos do continente africano nos porões dos navios negreiros, marcaram um período longo da história brasileira. A despeito das péssimas condições de vida e trabalho e das diversas formas de violência às quais foram submetidos, episódios de resistência e luta foram as bases para a formação de quilombos.

O racismo institucional constitui-se na produção sistemática da segregação étnico-racial, nos processos institucionais. Manifesta-se por meio de normas, práticas e comportamentos discriminatórios adotados no cotidiano de trabalho, resultantes de ignorância, falta de atenção, preconceitos ou estereótipos racistas. Em qualquer caso, sempre coloca pessoas de grupos raciais ou étnicos discriminados em situação de desvantagem no acesso a benefícios produzidos pela ação das instituições. Desafios para lidar com a doença das células falciformes: O cenário para portadores da anemia falciforme já é bastante difícil em períodos normais e, com o cenário de pandemia, alguns problemas podem ser agravados.

A doença falciforme é hereditária e a estimativa é de que atinja mais de 70 mil pessoas em todo o país. Dentre as principais causas de morbimortalidade nos indivíduos com essa enfermidade está a síndrome torácica aguda (STA), termo usado para uma constelação de achados que incluem dor no peito, tosse, febre, hipóxia (baixo nível de oxigênio) e infiltrados pulmonares. Alguns desses sintomas podem facilmente ser confundidos com a Covid-19 e levar as pessoas à emergência dos serviços de saúde. Para a agilidade que as unidades de assistência precisam ter para lidar com esse quadro: Precisamos garantir o seu atendimento dentro de protocolos de classificação de risco, dando a prioridade necessária para seu atendimento e tomando as medidas necessárias para que, caso seja coronavírus, ações ainda mais imediatas e específicas sejam adotadas, pois o curso da infecção nesses pacientes imunodeprimidos será efetivamente grave.

Prof.Denilson Costa

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