Ciclone tropical “Chido” deixa 15 mortos e mais de 100 mil pessoas afetadas em Moçambique

Nampula (Moçambique) – O ciclone tropical “Chido”, que assolou as províncias de Nampula, Niassa e Cabo Delgado, no norte de Moçambique, no domingo (15/12), perdeu intensidade nas últimas horas e encontra-se em fase de dissipação. Ainda nessas condições, o “Chido”, que agora passou à categoria de depressão tropical, está a provocar chuva intensa a moderada no Niassa e nas províncias do centro do país.

A informação foi prestada pelo meteorologista Acácio Tembe, especialista do Instituto Nacional de Meteorologia (INAM), nessa segunda-feira (16/12), em declarações à AIM (Agência de Informação de Moçambique), no distrito costeiro de Memba, na província de Nampula.

“O ciclone perdeu a sua energia, enfraqueceu, está agora como uma depressão tropical e, nas próximas horas, poderá dissipar-se, mas a sua rota já está fora das províncias de Nampula e Cabo Delgado. Neste momento, as províncias que ainda estão sob o efeito desse sistema são Niassa, Zambézia e Tete, bem como Sofala e Manica, onde poderemos ter chuva”, explicou.

Atrito

Tembe anotou que o Chido perdeu a sua energia ao sair do mar para o continente, por causa do atrito com a terra.

“O ciclone alimenta-se de energia no mar e, quando entra no continente, a tendência é sempre de perder a energia, mas antes disso (os ciclones) vão dando alguma chuva e ventos por onde passam. Eles nascem no mar e movimentam-se sobre ele”, disse.

Sobre o futuro, o meteorologista, afirmou que por enquanto não há notícias de ciclones num horizonte próximo, mas que a previsão indicativa apontava para a ocorrência entre zero a três ciclones no canal de Moçambique.

Entretanto, a Presidente do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Gestão do Risco de Desastres (INGD), Luísa Meque, garantiu que há mantimentos e outros bens para spocorrer os afectados pelo “Chido” nas zonas mapeadas.

“Estamos a prestar assistência e apoio psico-social, inclusivamente aqui em Memba, duas famílias já têm abrigo garantido, pois perderam as suas casas. Também temos assistência alimentar para as famílias que dela precisem, pois, durante a preparação, toda a logística foi pré-posicionada nos locais mapeados e até agora não temos registo de ruptura de stcok”, afirmou.

Segundo Luísa Meque, que partilhou estas informações nessa segunda-feira, os dados continuam a ser compilados pelas equipas de socorro.

“Os dados preliminares indicam 15 óbitos, 100.172 pessoas afectadas, correspondendo a 20 mil famílias, 5.832 casas destruídas parcialmente e 55 totalmente destruídas. Dados mais recentes do posto administrativo de Lúrio, referem 3.556 casas destruídas totalmente e 1.242 parcialmente”, concluiu. 

 

Com informações de AIM

Wagner Sales – Editor de conteúdo

Foto:  AIM

 

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