Maputo (AIM) – O Conselho Nacional de Defesa e Segurança (CNDS) divulgou comunicado nesta quarta-feira (13/11) em que afirma deplorar a colocação de entraves ao funcionamento das instituições, a livre circulação de pessoas e bens, com consequências desastrosas sobre a economia. O CNDS deplora igualmente, de forma mais veemente, o envolvimento de crianças nas manifestações pós-eleições gerais de 09 de Outubro último, e a tentativa de subversão da ordem democrática legitimamente instituída em Moçambique.
O facto foi expresso durante a reunião extraordinária daquele órgão ocorrida em Maputo, dirigida pelo Presidente da República e Comandante-Chefe das Forças de Defesa e Segurança, Filipe Nyusi.
Subversão da ordem democrática
O órgão reconhece o direito às manifestações, “todavia, deplora nos termos mais veementes o envolvimento de crianças e a tentativa velada de subversão da ordem democrática legitimamente instituída”, lê-se num comunicado de imprensa da Presidência da República enviado nesta quarta-feira à AIM.
Por isso, o CNDS apela às Forças de Defesa e Segurança moçambicanas (FDS) a continuar a privilegiar e pautar pelo diálogo com os manifestantes, e priorizar a protecção da vida e dos bens dos cidadãos. O órgão apela igualmente à postura e sentido de Estado que as FDS demonstraram durante as manifestações que recentemente tiveram lugar nas cidades moçambicanas, sobretudo nas de Maputo e Matola.
Convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, apoiado pelo Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS) um partido extraparlamentar, através da sua página de Facebook, as manifestações entraram naquilo que ele considera 4ª etapa, sendo que a 1ª fase começou nesta quarta (13). Venâncio Mondlane alega como motivo para a convocação das manifestações uma suposta fraude que teria ocorrida nas eleições de 9 Outubro último que indicam uma vitória clara da Frelimo, partido no poder em Moçambique, e seu candidato presidencial, Daniel Chapo.
Desde a eclosão das manifestações, em meados de Outubro, as autoridades sanitárias contabilizaram pelo menos 36 mortes e mais de 500 feridos. Por isso, o CNDS insta as autoridades a identificarem os responsáveis pelas vandalizações e saques de bens durante as manifestações para a devida responsabilização.
“O órgão endereçou sentidas condolências às famílias que perderam os seus entes queridos, como resultado das manifestações e solidariza-se com os empresários cujos empreendimentos foram vandalizados e saqueados”, diz a nota.
Num outro desenvolvimento, o CNDS analisou a situação de segurança em todo o país, particularmente no Teatro Operacional Norte e notou com satisfação, a evolução do combate ao terrorismo, facto que contribui para a consolidação da segurança e progressiva retoma da vida das populações, sobretudo em alguns distritos da província de Cabo Delgado.
Vale lembrar que os ataques terroristas levaram a suspensão das obras de construção de um mega-projecto localizado na Área 1, da Bacia do Rovuma, Cabo Delgado, para a produção de Gás Natural Liquefeito, liderado pela multinacional francesa TotalEnergies, e ao adiamento da tomada da Decisão Final de Investimento de um outro projecto na Área 4, que tem como operador a petrolífera norte-americana ExxonMobil.
O CNDS apreciou o relatório da Comissão de Inquérito que investigou o acidente de avião que matou o director-geral do Serviço de Informações e Segurança do Estado (SISE) Bernardo Lidimba. O avião caiu sábado passado no distrito de Mapai, na província meridional de Gaza.
O CNDS lamentou a morte de Lidimba e reconheceu a sua dedicação, em vida, ao serviço dos interesses supremos dos moçambicanos.
“Nestes termos, foram apresentadas condolências à família do malogrado e aos colegas da instituição que serviu com muito zelo e dedicação”.
Os restos mortais do director-geral do SISE foram enterrados quinta-feira (07) na província de Cabo Delgado.
Com informações de AIM (Agência de Informação de Moçambique)
Wagner Sales – Editor de conteúdo