Por: Jorge Eduardo Magalhães
Bem que o sargento, ainda no recrutamento, disse para eu só atirar contra alguém em legítima defesa, pois matar gera dependência e compulsão. Não acreditei. No início matei uns pivetinhos que praticavam roubos no comércio onde eu fazia segurança. Fiz a limpa no local e adquiri prestígio entre comerciantes.
Tomei gosto pela função e uni o útil ao agradável, comecei a ganhar dinheiro, fazendo o que eu mais gostava: matar. No começo, matava somente vagabundos; mas, com o tempo, passei a eliminar comerciantes que atrapalhavam os negócios de seus concorrentes ou adversários políticos. Qualquer um desde que pagasse.
Há algum tempo que não recebo nenhuma encomenda de serviço, estou sentindo falta. Preciso eliminar alguém. Aquele cara ali é só um viciado em drogas, não vale a pena eliminá-lo. Não. Claro que ele merece ser morto, afinal de contas financia o tráfico de entorpecentes. Vai ser ele mesmo.
Adquiram meu livro UMA JANELA PARA EUCLIDES
editorapatua.com.br/uma-janela-para-euclides-dramaturgia-de-jorge-eduardo-magalhaes/p
Chocante! Como o personagem tenta justificar seus crimes. Na realidade, tem louco pra tudo.
Podemos contratar ele pra acabar com um careca?