Rio – O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), e a Polícia Civil, por meio da 55ª Delegacia de Polícia e do Departamento Geral de Polícia da Baixada (DGPB), cumpriram, na manhã desta quarta-feira (17/01), cinco mandados de prisão e 36 de busca e apreensão contra integrantes de milícia que atua no município de Queimados, na Baixada Fluminense. O GAECO/MPRJ denunciou à Justiça 37 pessoas pela prática do crime de constituição de milícia privada.
Esta é a segunda fase da operação Hunter, deflagrada em julho de 2019, contra integrantes desta mesma milícia. A denúncia foi recebida pelo Juízo da 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa. Os mandados foram cumpridos em Nova Iguaçu, Queimados, Bangu, Seropédica, Todos os Santos e Gardênia Azul. Também estão sendo cumpridos mandados contra alvos que já estão presos. A ação desta quarta-feira contou com o apoio da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP).
Confronto com facção rival
Entre os alvos está Daniel da Silva França, conhecido como “França”, preso no dia 09 de janeiro, quando se deslocava para um confronto com uma facção rival, em poder de farto armamento bélico, na companhia de outros aliados. Investigações do GAECO/MPRJ revelaram uma suposta expansão territorial de milicianos da Zona Oeste (Campo Grande) para o município de Queimados, com a incorporação da denominada “milícia do Belmonte” pelo grupo paramilitar autointitulado “A Firma”.
De acordo com a denúncia do GAECO/MPRJ recebida pela Justiça, a atuação criminosa do grupo inclui a prática de delitos como homicídios, extorsões e agiotagem, além da exigência de “taxa” para que mototaxistas possam circular pela região. A organização também é responsável pela cobrança de “taxas de segurança” imposta a comerciantes e a moradores de diversos condomínios da região de Queimados, valendo-se de armas de fogo de grosso calibre.
Na ação penal, o GAECO/MPRJ também demonstra que, ao longo dos anos, o grupo criminoso expandiu suas ações, implementando um verdadeiro monopólio no fornecimento de bens e serviços na região sob seu domínio, tais como cestas básicas, energia elétrica, gás de cozinha e kits churrasco, além de fornecer serviço clandestino de TV a cabo e internet, atividades conhecidamente inerentes ao atuar criminoso das milícias.
O nome Hunter faz alusão em inglês ao objetivo da operação que é seguir realizando ações para combater o grupo de milicianos que se autointitulam “caçadores de ganso”. Ganso é o termo informalmente utilizado para definir criminosos.
Com informações de assessoria
Wagner Sales – Editor de conteúdo