São Paulo (SP) – O corpo do pugilista José Adilson Rodrigues dos Santos, mais conhecido como Maguila, que morreu nessa quinta-feira (24/10) aos 66 anos, em São Paulo, foi enterrado nesta sexta-feira, na cidade de São Caetano do Sul.
Maguila morreu em consequência de complicações da demência pugilística, doença incurável que o acometia. Sergipano, ele desembarcou em São Paulo aos 14 anos para ser servente de pedreiro. Chegou a passar fome e teve de superar muitos obstáculos antes de iniciar a carreira no boxe, que era sonho de criança
Lutou boxe profissional por 17 anos e conquistou o cinturão de campeão Sul Americano, das Américas e Mundial pela Federação Mundial de Boxe. Foram 85 lutas, com 77 vitórias (61 por nocaute), 7 derrotas e um empate.
Teve a oportunidade de lutar com grandes pugilistas como James Quebra-Ossos Smith em 1987 (vitória por pontos), Evander Holyfield em 1989 e George Foreman em 1990 (derrotas no segundo round).
Ganhou o título mundial em 1995 pela Federação Mundial de Boxe. Lutou até o ano 2000.
Aposentadoria
Após se aposentar dos ringues, Maguila foi comentarista de televisão e cantor e compositor de samba. Lançou um álbum Vida de Campeão, música de sua autoria que deu nome ao álbum.
Sempre foi alguém muito preocupado com as classes menos favorecidas e com questões sociais e mostrava isso em seus comentários na televisão. Apesar da vida difícil, nunca foi alguém amargurado. Falava sobre as dificuldades que passou na vida e na carreira de lutador com bom humor.
Ao lembrar da luta contra George Foreman disse que só pensava em cair. Em outra oportunidade, ao ser perguntado o que pretendia fazer quando parasse de lutar boxe, disse ao repórter que não sabia, mas que responderia quando parasse de lutar.
Doença
Em 2013 foi diagnosticado com encefália traumática crônica, também conhecida como demência pugilistica. Essa doença é comum em lutadores de boxe em decorrência dos golpes na cabeça.
Muhammad Alli e Eder Jofre também tiveram essa doença em consequência dos golpes na cabeça. Em 2018, decidiu junto com a família que ia doar o seu cérebro para estudos quando falecesse.
Isso mostra o quanto Maguila se preocupava com o próximo. Deixou o seu cérebro como legado para estudos e para melhorar a vida dos pugilistas no futuro.
Adilson Rodrigues Maguila foi um grande brasileiro dentro e fora dos ringues.
Com informações de Salvador Gama
Wagner Sales – Editor de conteúdo
Foto: Divulgação