Nesta quarta-feira, os Estados Unidos vetaram uma proposta de resolução do incondicional e permanente em Gaza. O texto também pleiteava a libertação imediata, digna e incondicional de todos os reféns mantidos pelo Hamas e outros grupos palestinos.
A proposta recebeu 14 votos favoráveis, mas não foi aprovada devido ao voto contrário dos EUA, um dos cinco países com poder de veto no órgão.
Razões para o Veto e Impacto nos Esforços Diplomáticos
Antes da votação, a representante dos EUA, Dorothy Camille Shea, declarou que a resolução era “inaceitável” por não exigir a rendição do Hamas e sua retirada de Gaza. Segundo ela, a proposta poderia prejudicar os esforços diplomáticos em andamento e não garantiria a segurança de Israel.
O texto rejeitado manifestava apoio aos esforços de Egito, Catar e Estados Unidos para que Israel e Hamas retomassem imediatamente a implementação do acordo de cessar-fogo em todas as suas fases. As etapas desse processo de paz, conforme definido na resolução 2735 do Conselho de Segurança (aprovada em 2024), incluem o fim da violência, a libertação de reféns, a troca de prisioneiros, a devolução de restos mortais, a retirada total das forças israelenses de Gaza e um plano para a reconstrução da região.
Crise Humanitária e Apelo por Ajuda Imediata
A proposta de resolução também expressava “profunda preocupação com a situação humanitária catastrófica” em Gaza, incluindo o risco iminente de fome. Se aprovada, a medida teria estabelecido a suspensão imediata e incondicional de todas as restrições à entrada de ajuda humanitária, visando garantir a distribuição segura, desimpedida e em larga escala de assistência em toda a Faixa de Gaza, além do restabelecimento de serviços essenciais, em conformidade com o direito internacional humanitário.
Antes da sessão, o subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Tom Fletcher, lamentou que o mundo assista, dia após dia, “cenas horríveis de palestinos sendo baleados, feridos ou mortos em Gaza enquanto simplesmente tentam comer”. Em nota, Fletcher afirmou que essa situação é resultado de “escolhas deliberadas que privaram sistematicamente 2 milhões de pessoas dos bens essenciais de que necessitam para sobreviver”. Ele reforçou o apelo para que todas as passagens sejam abertas para a entrada de ajuda e para que os profissionais humanitários possam trabalhar sem restrições ou atrasos.
Com informações de ONU News
Wagner Sales – editor de conteúdo
Foto: ONU/Eskinder Debebe