RIO (RJ) – Dezesseis mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesta segunda-feira (08/04) em empresas que provavelmente utilizariam tolueno em seus processos de produção, próximo ao Rio Guapiaçu. O objetivo é encontrar os responsáveis e as razões para o vazamento de tolueno que provocou a interrupção do fornecimento de água para municípios do leste fluminense e Ilha de Paquetá.
A força-tarefa do Governo do Estado, que contou com o setor de pós-licença do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), intimou seis responsáveis-técnicos de empresas do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ) para prestarem depoimento e vistoriou documentos.
– O tratamento da água foi retomado pela Cedae, mas agora precisamos encontrar os responsáveis pelo vazamento do poluente que prejudicou 2 milhões de moradores de Niterói, São Gonçalo, parte de Maricá, Itaboraí e da Ilha de Paquetá. Nossas equipes trabalham arduamente para identificar o foco do vazamento e para fazer com que o responsável por este crime seja identificado – declarou o governador Cláudio Castro.
Itaboraí
Vinte equipes da Polícia Civil realizaram buscas em 15 empresas no bairro de Sambaetiba, e uma no Caluge, ambos em Itaboraí. Das 16 empresas vistoriadas, 14 delas ficam no Comperj. Ao todo, seis peritos criminais da Polícia Civil atuaram na operação, além de quatro delegados. Juntamente com dez técnicos do Inea, participaram as equipes da Superintendência de Combate aos Crimes Ambientais (Supcca), com oito agentes, que levantaram informações sobre as empresas e fazendas que atuam com o produto na região.
– A Polícia Civil integra a força-tarefa criada pelo Governo do Estado que está trabalhando ininterruptamente para identificar os responsáveis pela contaminação da água. Disponibilizamos todos os recursos materiais e de pessoal para cumprir os mandados de busca e apreensão da forma mais efetiva possível – relatou o secretário estadual de Polícia Civil, delegado Marcus Amim.
O objetivo da operação é identificar o responsável pelo vazamento do poluente no Sistema Imunana-Laranjal.
– Participamos da operação com as nossas equipes da Superintendência de Combate aos Crimes Ambientais, que vem realizando um trabalho de inteligência para levantar todos os possíveis responsáveis desde que a contaminação foi constatada. E também com a equipe da Diretoria de Pós Licença, que já vistoriou empresas no entorno que têm histórico de utilização do tolueno. Nossa prioridade agora é encontrar os responsáveis por esse crime ambiental – disse o Secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi.
Água tratada
Novos testes realizados pela Cedae indicam taxa zero de tolueno na água tratada no Sistema Imunana-Laranjal, responsável pelo abastecimento de cerca de 2 milhões de habitantes de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, parte de Maricá e da Ilha de Paquetá. A identificação do poluente na água captada para tratamento obrigou a companhia a paralisar as operações entre quarta-feira e sexta-feira.
As atividades do Sistema Imunana-Laranjal foram retomadas às 22h42 de sexta-feira, quando a concentração da substância já estava reduzida e dentro dos padrões de segurança para consumo.
– Monitoramos todo o processo de tratamento da água para garantir que seja fornecida em ótima qualidade, livre de qualquer composto inapropriado para consumo. Para reforçar ainda mais a segurança, os testes laboratoriais são realizados a cada uma hora ao longo do processo de tratamento, garantindo a confiabilidade de nosso trabalho – ressaltou o presidente da Cedae, Aguinaldo Ballon.
A redução dos índices é resultado das ações da força-tarefa montada para manter o abastecimento dos serviços essenciais da região e reduzir a quantidade de poluente na água do manancial, como o isolamento da área e a sucção de pelo menos 240 mil litros de material contaminado pelo composto químico.
– Seguimos com o trabalho intenso para garantir tolueno zero na água consumida pela população. Além disso, estamos buscando identificar os causadores desse crime ambiental, que trouxe prejuízos a tantas pessoas. O Estado está empregando todos os esforços para resolver o problema da forma mais ágil possível – afirma o secretário do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi.
Com informações de assessoria
Wagner Sales – Editor de conteúdo