Por: Jorge Eduardo Magalhães
Sinto muita vontade, uma vontade louca de matar alguém. Fico excitado e minha respiração ofegante só de pensar nisso. Imagino matando a pessoa aos poucos com requintes de crueldade e a vítima implorando pela vida. Descobri esses meus impulsos depois que matei a pauladas o meu cachorro e cortei as patinhas do meu canário. Como foi delicioso ver o Totó ganindo até ficar em silêncio total e meu canário agonizando até a morte sem as patas. Agora preciso matar um ser humano, talvez uma criança. Penso na Aninha, uma menininha de seis anos que está sempre brincando no corredor do prédio. Imagino sufocando-a com um travesseiro, ela sacudindo as pernas até ficar em total inércia, que delícia! Que coisa excitante!
Não, não posso fazer isso! Se eu fosse descoberto, destruiria a minha vida. Tenho uma carreira brilhante. Preciso me tratar. Não posso sair de meu apartamento, não posso encontrar a Aninha senão serei capaz de cometer uma loucura. Ficarei trancado no quarto, preciso me isolar. Preciso fugir de mim mesmo.
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Uau!!!