João Chianca avançou direto para o terceiro round. - Foto: William Lucas/COB

Gabriel Medina e João “Chumbinho” Chianca vencem e avançam

Rio (RJ) – Depois de uma longa espera, o surfe mundial viveu neste sábado (27/07), um dia histórico. As ondas clássicas da praia de Teahupo´o, no Taiti, são oficialmente olímpicas. Em um dia de forte calor e ondas de até 3,5 metros (4 a 6 pés), começaram as disputas masculinas do surfe dos Jogos Olímpicos Paris 2024. E o Brasil, que tem a maior equipe entre todas do torneio, chegou com tudo. Gabriel Medina e João “Chumbinho” Chianca venceram suas respectivas categorias e avançaram direto para o terceiro round, enquanto Filipe Toledo ficou em segundo na sua bateria e disputará a repescagem neste domingo, dia 28.

Gabriel Medina, que possui um espetacular retrospecto em Teahupo´o, confirmou favoritismo e venceu com tranquilidade sua bateria. O brasileiro somou 13.50 pontos (7.17 + 6.33) superando Conor O´Leary (9.93), do Japão, e Bryan Perez (7.53), de El Salvador. O tricampeão mundial e duas vezes vencedor de etapas do Circuito Mundial no Taiti está classificado diretamente para a terceira fase da competição, que reúne 24 surfistas.

Controlando a bateria

“Estou felizão. Primeiro round feito e vamos para a próxima. Tive que usar uma estratégia de prioridade. Consegui duas ondas boas no começo e depois fui mais controlando a bateria. O surfe também é feito disso. Fico feliz de ter passado em primeiro na minha primeira bateria. Vamos para o próximo round”, afirmou Medina, que nos últimos 10 anos, 2014 a 2024, avançou às semifinais em todas as edições do campeonato em Teahupoo. Foi à decisão em seis e conquistou o título duas vezes.

“Já faz alguns anos que venho para este lugar e tive bons resultados aqui. Tenho me mantido bem, física e mentalmente. Se conseguir manter assim, vou durar ainda no circuito mundial, quem sabe até na próxima Olimpíada, mas foco no passo-a-passo. Estou feliz com a minha vida hoje. As coisas acontecem naturalmente, você vai sentindo e vivendo. Estou feliz onde estou”, descreveu Medina.

Quem também avançou direto para o terceiro round foi João Chianca. Chumbinho, como é mais conhecido, está em plena forma depois de um grave acidente no fim do ano passado, que o fez ficar de fora das competições durante quase todo o semestre. O jovem de 23 anos é um especialista nas ondas tubulares de Teahupo´o e mostrou que pode ser um candidato à medalha. Na estreia, o brasileiro somou 10.07 (5.67 + 4.40), enquanto Ramzi Boukhiam, do Marrocos fez 9.76 (4.93 + 4.83) e Billy Stairmand, da Nova Zelândia, ficou em terceiro com 5.53 (3.33 + 2.20).

“O mais importante é realmente a nossa performance. Venho para este lugar e grande parte do público brasileiro, e das pessoas que me conhecem, sempre me apontam como favorito nessas condições. O que tenho feito para me acalmar é me concentrar ao máximo para chegar lá e conseguir explorar todo o meu potencial. Todos nós somos favoritos, todos temos grandes condições, tanto competitivas quanto em habilidades dentro dessa onda, mas acredito que somente alguns conseguem aproveitar aqueles 30 minutos para realmente dar o seu melhor e atingir o máximo do seu potencial e da sua performance. Então, espero que este evento seja longo e que eu possa explorar meu potencial e minha performance dentro dessas baterias”, destacou Chianca, que conta com a torcida especial dos pais no Taiti.

Poucas ondas

Primeiro brasileiro a cair na água no dia, Filipe Toledo encarou uma bateria com poucas ondas. O surfista natural de Ubatuba ficou na segunda colocação e agora terá que disputar a repescagem, marcada para o domingo, dia 28. O bicampeão mundial pegou uma boa onda e teve nota 6.23, mas sua segunda onda foi de apenas 1.40. O vencedor da bateria foi Alonso Correa, do Peru, que pegou um belo tubo no início, considerado uma nota 8.50 pelos juízes. No total, ele ficou com 14.33. O japonês Kanoa Igarashi pegou apenas uma onda e fez 4.17 pontos.

“Os primeiros cinco, dez minutos da bateria foram cruciais. Eu cometi um erro na primeira onda, achando que seria uma boa, mas ela acabou se espalhando um pouco. Isso me deixou sem prioridade para as ondas que vieram depois, que o adversário pegou. Um erro que não podemos cometer, né? E vimos o quanto é importante começar bem a bateria. Teve uma segunda onda também em que eu caí. Ela era um pouco menor, mas teve um tempo até mais longo. Eu acabei caindo. Se eu tivesse completado, teria sido uma outra boa nota. Consegui um 6,20 e voltei para a bateria, precisando de uma só onda. Mas o mar parou completamente, não veio mais nenhuma onda, tanto que nem o adversário, nem eu peguei mais nada. Mas é isso. A vida continua. Tenho mais uma chance”, projetou Filipinho.

Com informações de assessoria / COB

Wagner Sales – Editor de conteúdo

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