O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU indica que as emissões de gases de efeito estufa precisa ser reduzidas em 43% até 2030. Foto/Arte: Câmara dos Deputados.

Governos estão dando passos tímidos para evitar a crise climática, alerta ONU

Nova Iorque – Um novo relatório da ONU sobre Mudanças Climáticas aponta que os planos nacionais de ação climática ainda são insuficientes para limitar o aumento da temperatura global a 1,5ºC e alcançar as metas do Acordo de Paris. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que é hora de uma “supernova” de ambição climática em todos os países, cidades e setores. “Progresso de polegada a polegada não será suficiente”, alerta.

Mesmo com esforços aumentados de alguns países, o relatório mostra que é necessário muito mais ação agora para inclinar a trajetória de emissões do mundo ainda mais para baixo e evitar os piores impactos das mudanças climáticas. O secretário-executivo da ONU sobre Mudanças Climáticas, Simon Stiell, alerta que o documento mostra que os governos estão dando passos tímidos para evitar a crise climática. 

Passos audaciosos

Para ele, os governos precisam dar “passos audaciosos” na COP28 em Dubai, que deve ser “um ponto de virada claro”. Segundo Stiell, o relatório de Avaliação Global lançado pela ONU sobre Mudanças Climáticas este ano mostra claramente onde o progresso é muito lento. 

Ele avalia que também apresenta a ampla gama de ferramentas e soluções propostas pelos países. O secretário-executivo acredita que bilhões de pessoas esperam ver seus governos pegarem essa caixa de ferramentas e colocá-la para funcionar

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU indica que as emissões de gases de efeito estufa precisa ser reduzidas em 43% até 2030, em comparação com os níveis de 2019. Essa medida é crucial para limitar o aumento da temperatura a 1,5 graus Celsius até o final deste século e evitar os piores impactos das mudanças climáticas, incluindo secas, ondas de calor e chuvas mais frequentes e severas.

Em sua mensagem, António Guterres destaca que, de acordo com os planos nacionais atuais, as emissões globais de gases de efeito estufa estão programadas para aumentar 9% até 2030, em comparação com os níveis de 2010. Stiell adicionou que “cada fração de grau importa”, mas que os dados mostram que “estamos seriamente fora do curso”. Ele acredita que a COP28 é o momento de mudar isso.

Para ele, “é hora de mostrar os benefícios massivos de ações climáticas mais audaciosas: mais empregos, salários mais altos, crescimento econômico, oportunidade e estabilidade, menos poluição e melhor saúde.” De acordo com as descobertas da análise do ano passado, o relatório mostra que, embora as emissões não estejam mais aumentando após 2030, em comparação com os níveis de 2019, elas ainda não estão demonstrando a tendência rápida de queda que a ciência diz ser necessária nesta década.

Se as contribuições nacionais mais recentes forem praticadas, os compromissos atuais aumentarão as emissões em cerca de 8,8%, em comparação com os níveis de 2010. Segundo a ONU, o total representa uma melhoria marginal em relação à avaliação do ano passado, que constatou que os países estavam a caminho de aumentar as emissões em 10,6% até 2030, em comparação com os níveis de 2010.

Até 2030, as emissões estão projetadas para serem 2% menores do que os níveis de 2019, destacando que o pico das emissões globais ocorrerá nesta década. Para o presidente escolhido para liderar a COP28, Sultan Al Jaber, o estudo sobre os planos nacionais para o clima destaca a necessidade de “agir com maior ambição e urgência para atingir as metas do Acordo de Paris”,

Ele adiciona que “não há mais tempo para atrasos” e reforça que a COP28 “deve ser um ponto de virada histórico” para ampliar o compromisso e a ambição em busca aos resultados que mantenham a meta de 1,5ºC ao alcance.

Com ONU / assessoria

Wagner Sales – Editor de Conteúdo

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