Grupo de falsários estrangeiros é preso em Angola

Luanda (AO) – Pelo menos nove chineses e 1 ugandês, foram presos pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC), acusados de participar de jogos ilícitos, Jogo fraudulento, Coação à prática de jogos, falsidade informática, associação criminosa, branqueamento de capitais e burla. No grupo estavam quatro mulheres e cinco homens, com idades de 19 a 36 anos, que se encontravam hospedados Diamond Black, localizado no bairro Kifica, no Distrito Urbano do Benfica, município de Talatona. 

Segundo o porta-voz do SIC, Superintendente Chefe, Manuel Halaiwa, o Hotel que parecia estar encerrado, foi arrendado e usado para actividades ilícitas dissimuladas de Oficina Auto, com quatro salas equipadas com material informático. Das quatro salas, uma delas ocupada por 24 funcionários, que tinham a função com recursos a perfis falsos, de conseguir amizades com cidadãos portugueses bem posicionados e obter destes o número de telefone do WhatsApp, para as suas acções criminosas como fishing, extorsão, burlas mediante o acesso a chamadas via WhatsApp e vídeo chamada.

Brasileiros

Uma outra sala tinha duas tarefas: actividades de jogos, direcionados para cidadãos brasileiros, onde eram disponibilizados diariamente 700 números e cada operador tinha a tarefa de persuadir os clientes a aderir a plataforma de jogos se designada por LNBet, mediante promessa de recebimento de bônus de 1 à 18 reais pela adesão. 

Manuel Halaiwa explicou que nesta mesma sala, em outra parte era também usada  para coagir cidadãos a dar like, por via da plataforma spotify, a uma música  brasileira, em troca de um suposto bônus de 10 reais (moeda do Brasil). Para consumação da tarefa, cada operador recebia diariamente uma lista de 700 números. Para além disso, o operador alterava a sua voz para o sotaque brasileiro para parecer verdadeiramente ser um brasileiro. 

Uma de duas salas era utilizada apenas por cidadãos chineses  e líderes do esquema fraudulento, que recebiam todos os números aceites dos cidadãos brasileiros e portugueses e partiam para outra fase da acção criminosa de burla, chantagem e Extorsão, entre outros crimes financeiros.

A quarta sala tinha apenas um computador, que utilizava inteligência artificial e servia para mudar os rostos das  funcionárias da empresa para se tornarem mais atraentes como forma de interagir em vídeos chamadas, sobretudo com cidadãos portugueses que aceitavam amizades no Facebook de perfil falso e desejavam consolidar a amizade confirmando com vídeo chamada no whatsap. As pessoas eram enganadas pelos rostos forjados por inteligência Artificial. E por essa via podiam sofrer vários golpes com recurso a engenharia social, como burlas e acesso ilegítimo à contas bancárias.

De referir que a par dos cidadãos estrangeiros, foram encontrados 38 funcionários angolanos que recebiam a salário mensal que variava entre os 120 aos 150 mil Kwanzas, tendo como horário de trabalho das 10 às 22 horas e podiam dormir ali, aquelas que não tivessem sítio para morar ou vivessem em zonas muito longínquas.

Durante a operação foram apreendidos ainda todo o material de informática encontrado no hotel. As diligências prosseguem para deter outras pessoas envolvidas no esquema e as levar para o procedimento criminal. 

Os detidos serão apresentados ao Ministério Público para ulteriores procedimentos legais e na sequência ao Juiz de Garantias para aplicação das medidas de coacção pessoal.

 

Com informações de Matias Venâncio (Correspondente em Angola)

Wagner Sales – Editor de conteúdo]

Foto: Matias Venâncio

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