A investigação revelou que os recursos financeiros da organização criminosa foram canalizados para uma holding criada com o propósito de controlar 11 empresas fictícias. Foto: Cyro A. Silva / Flickr.

Grupo que desviou R$ 8 milhões de banco acaba preso

Rio de Janeiro (RJ) – O Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GAECO/MPRJ) e a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE) da Polícia Civil cumpriram, na manhã desta quinta-feira (13/06), quatro mandados de prisão e dez de busca e apreensão contra integrantes de organização criminosa voltada para a prática de lavagem de dinheiro e fraudes bancárias em grande escala. O GAECO/MPRJ denunciou à Justiça seis pessoas pelos crimes de estelionato, falsidade ideológica, lavagem de capitais e organização criminosa. Os quatro alvos foram presos.

Entre os denunciados estão dois gerentes de uma instituição bancária, localizada em Petrópolis, que teve prejuízo de R$ 8 milhões causados pelo grupo criminoso. Os crimes aconteceram entre os anos de 2019 e 2020.

Vara Especializada

Os mandados da operação Shell Company obtidos pelo GAECO/MPRJ foram expedidos pelo Juízo da 1ª Vara Especializada em Organizações Criminosas e foram cumpridos na capital (Barra da Tijuca) e em Petrópolis (Itaipava, Corrêas e Nogueira). A pedido do MPRJ, a Justiça determinou o bloqueio de bens e valores no montante de R$ 8 milhões em desfavor dos denunciados.

A análise das quebras bancária e fiscal foi feita pelo Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (LAB-LD) da Polícia Civil. A operação conta com o apoio de agentes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ).

A investigação revelou que os recursos financeiros da organização criminosa foram canalizados para uma holding criada com o propósito de controlar 11 empresas fictícias, as quais foram utilizadas para lavagem de dinheiro. Os gerentes atestaram indevidamente fatos falsos como verdadeiros – documentação falsa e atividade empresarial supostamente desenvolvida – e abriram contas para as empresas de fachada. As contas foram utilizadas para respaldar empréstimos milionários e diversas vantagens junto à instituição financeira.

De acordo com o GAECO/MPRJ, durante os anos de 2020 e 2022 os denunciados movimentaram aproximadamente R$ 500 milhões. A análise do fluxo financeiro indica que, além do banco prejudicado, outras instituições financeiras também foram alvo do mesmo grupo.

Shell Company significa companhia de fachada. É o termo em inglês para as empresas sem atividade verdadeira, sendo apenas uma ferramenta para esconder a verdadeira atividade (financeira ou ilícita mesmo) desempenhada.

Com informações de assessoria

Wagner Sales – Editor de conteúdo

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