Brasília (BSB) – A combinação de crescimento econômico e inflação controlada no Brasil é sinal de que o país possui um potencial de expansão sustentável. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a revisão da projeção do Produto Interno Bruto (PIB) potencial pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgada nesta terça-feira (22/10), indica um avanço econômico sustentável com uma trajetória de crescimento contínuo.
“Essa revisão já no fim do ano, que demonstra que a economia brasileira está crescendo com uma inflação relativamente controlada, é sinal de que nós temos um potencial de crescimento sustentável, que não é uma coisa que vai acontecer este ano e, dali a pouco, para. Nós temos toda a condição de continuar crescendo”, disse o ministro, que cumpre agenda em Washington, nos Estados Unidos.
Mercado de trabalho em alta
O relatório do FMI projeta um crescimento de 3% em 2024 devido ao consumo e investimento mais fortes no primeiro semestre do ano, impulsionados por um mercado de trabalho em alta e menor impacto esperado da catástrofe climática do Rio Grande do Sul. Com a revisão, o Brasil se consolida como um dos emergentes mais promissores a frente de países como África do Sul, México e Rússia.
A missão brasileira em Washington, com agendas no FMI e na Casa Branca, difere de outros momentos da história, em que as tratativas se concentravam em renegociação de dívidas e pedidos de empréstimos. Haddad concedeu entrevista ao sair de encontro com representantes brasileiros no FMI.
“O FMI fez uma atualização da previsão e foi o maior ajuste que o fundo fez em termos de crescimento para todos os países que ele acompanha […] incorporando os efeitos das várias políticas que o governo vem adotando sobre o crescimento da economia. O FMI aumentou então a previsão de crescimento em 0,9 para este ano, o maior aumento em toda a amostra que ele fez”, explicou o diretor-executivo do Brasil no FMI, André Roncaglia.
O economista explicou que, para o Fundo, o resultado é reflexo tanto das políticas que vêm sendo adotadas do ponto de vista fiscal, mas também do efeito dos investimentos, dos gastos que o governo vem fazendo na recuperação do Rio Grande do Sul e também o próprio efeito da Reforma Tributária sobre as expectativas da economia e a melhoria do ambiente de negócios.
Agenda em Washington
O ministro da Fazenda continua em agenda oficial nos Estados Unidos até quinta-feira (24/11) por ocasião das Annual Meetings do FMI e do Banco Mundial, bem como a última reunião Ministerial da Trilha de Finanças do G20. Nesta terça-feira, Haddad se reuniu com a diretora do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Lael Brainard. A pauta do encontro se concentrou na atuação do Brasil na presidência do G20, transição ecológica e as relações entre os países.
“[Foi] um convite da Casa Branca para que nós trocássemos impressões sobre o que está acontecendo. Conversamos muito sobre o G20 e sobre as relações bilaterais. Falou-se muito da participação dos Estados Unidos na transformação ecológica brasileira, coisa que o Brasil tem insistido desde o começo do ano passado, desde a primeira reunião bilateral entre os presidentes. Tudo é um pouco lento na esfera internacional, mas o potencial de parceria é muito grande”, afirmou Haddad.
Com informações da agência gov
Wagner Sales – Editor de conteúdo
Foto: Diogo Zacarias / MF