Para realizar a fraude, os “idosos de aluguel” emprestavam suas características biométricas (impressões digitais e fotos) para dar aparência de legitimidade a essas identidades falsas. Foto: Divulgação.

Idosos de aluguel ajudaram em golpes que causaram prejuízo de R$ 23 milhões

Brasília (BSB) – A Polícia Federal, em trabalho conjunto com o Núcleo de Inteligência Previdenciária, lançou na manhã desta quinta-feira (6/2), a Operação Melhor Idade – Segunda Fase, que investiga um amplo esquema de fraudes envolvendo benefícios assistenciais destinados a idosos.

As diligências resultaram na identificação de uma organização criminosa estruturada em diferentes níveis, responsável por falsificar documentos públicos, abrir contas bancárias, obter benefícios de forma indevida, além de realizar empréstimos consignados utilizando dados de “idosos de aluguel”.

Características biométricas

Para realizar a fraude, os “idosos de aluguel” emprestavam suas características biométricas (impressões digitais e fotos) para dar aparência de legitimidade a essas identidades falsas. Alguns chegaram a figurar em mais de 30 identidades.

Considerando a gravidade dos fatos e prejuízo causado, a Justiça Federal decretou diversas medidas cautelares, incluindo mandados de busca e apreensão, cancelamento de CPFs, bloqueio de contas bancárias, suspensão de benefícios irregulares, sequestro de bens e, em alguns casos, prisão.

As medidas foram cumpridas em 23/1/2024. Três investigados foram presos na ocasião, além da apreensão de celulares, mídias, documentos falsos, cartões de benefícios, extratos bancários e anotações que reforçam as provas já coletadas.

A análise dos bens apreendidos indicou a aquisição de bens e movimentações financeiras incompatíveis com a renda dos investigados, com indícios de lavagem de capitais. Também foi possível identificar novos benefícios fraudados e outros atores envolvidos no esquema.

Mesmo após as medidas iniciais, foi constatado que o grupo prosseguiu com novos saques de benefícios irregulares, indicando a amplitude da estrutura e a necessidade de reforço das investigações e medidas de contenção.

Por isso, na manhã desta quinta-feira, novos mandados foram cumpridos em desfavor de 16 novos investigados, nos estados do Piauí, São Paulo, Goiás e Distrito Federal.

Foram identificados, até o momento, 21 “idosos de aluguel”, que tiraram cerca de 285 CPFs e Títulos Eleitorais com as identidades falsas. Com estes documentos falsos, contendo dados biográficos falsos, mas ostentando biometria (face e digital) dos “idosos de aluguel”, o grupo criminoso conseguiu abrir contas bancárias, ingressar no Cadastro Único do Governo Federal e obter aproximadamente 259 Benefícios de Prestação Continuada ao Idoso, que paga um salário mínimo por mês.

Além disso, usando a margem consignável deste benefício, os fraudadores solicitaram diversos empréstimos consignados.

No total, calcula-se que as fraudes causaram prejuízo de R$ 23 milhões aos cofres públicos. A ação evitou o prejuízo de R$ 35 milhões, considerando os valores que seriam pagos caso o esquema não fosse interrompido.

 

Com informações de assessoria

Wagner Sales – Editor de conteúdo

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