Rio – O presidente Luis Inácio Lula da Silva e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, participaram nesta quarta-feira (7/2), da inauguração do Ginásio Educacional Olímpico (GEO) Isabel Salgado, no Parque Olímpico da Barra, na Zona Oeste da capital. Esta é a primeira vez que um estádio olímpico é transformado em uma escola pública.
O novo equipamento educacional será a maior escola da rede municipal de ensino e se tornou o principal marco da retomada do Plano de Legado Esportivo de 2016.
– É um dia muito especial para todos nós que vivemos esse sonho. Esse ginásio vai atender a mil crianças. Tudo isso aqui foi feito pensando nelas, com ensino em turno único voltado para a prática esportiva. A gente homenageia a brasileira mais carioca, que é a Isabel Salgado, a Isabel do Vôlei. Que honra a gente poder tomar emprestado o nome e a história dessa mulher para inspirar várias gerações de cariocas – afirmou o prefeito Eduardo Paes.
Ginásios Educacionais Tecnológicos
Na terça-feira (06/02), a Prefeitura do Rio já havia entregue mais legados: dois Ginásios Educacionais Tecnológicos (GET), em Bangu e Santa Cruz, duas das quatro escolas construídas a partir da estrutura da Arena do Futuro, usando o conceito de arquitetura nômade. As outras duas escolas atenderão aos bairros de Campo Grande e Rio das Pedras, a partir de março.
O GEO Isabel Salgado foi batizado em homenagem a um dos maiores nomes do vôlei mundial e atleta olímpica. A escola atenderá cerca de mil alunos, do primeiro ao nono ano, em tempo integral, e é formada por 24 salas de aulas, sala multiuso, sala de apoio pedagógico, refeitório, cozinha, vestiários e banheiros. Além, claro, das instalações esportivas, com duas quadras e locais para a prática de judô, lutas, tênis de mesa e ginástica. As obras duraram 14 meses.
– O Brasil que nossa mãe acreditava é o que está aqui nesta criançada. Ela defendia o esporte como um instrumento de transformação social. Tudo o que ela queria era ver um programa de esportes voltado para a educação, para a construção da cidadania e para a possibilidade de um futuro com maiores oportunidades para essas crianças. Por isso, nenhuma homenagem traria mais alegria para ela e para a nossa família como dar nome a uma escola que integra a educação ao esporte. Nossa mãe é presente e agora também é futuro – destacou Maria Clara, filha de Isabel Salgado. Os outros dois filhos, Carol e Pedro, também estavam presentes ao evento.
Antes da retomada do Plano de Legado, a Arena Carioca 3, agora transformada em GEO Isabel Salgado, recebeu as competições de taekwondo e esgrima durante os Jogos Olímpicos e judô nos Paralímpicos.
Até o início das obras da nova unidade educacional, a instalação atendia gratuitamente mais de duas mil pessoas por mês em atividades esportivas e culturais gratuitas, além de receber eventos. Atualmente, as atividades ocorrem provisoriamente na Arena Carioca 2, até serem transferidas em definitivo para o Velódromo.
– Lugar de criança é na escola estudando, para amanhã entrar no mercado de trabalho. Eu quero o jovem na escola, não quero o jovem no tráfico ou trabalhando. Ele vai ter a vida inteira para trabalhar e tem pouco tempo para estudar. Enquanto eu for presidente, a gente vai garantir tranquilidade para as mães verem os seus filhos sendo tratados decentemente na educação. Fico feliz que os filhos da Isabel estão aqui para ver que a mãe deles não foi só a maior jogadora de vôlei, ela se transformou num orgulho nacional – ressaltou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Além do GEO Isabel Salgado, a população carioca ganha quatro escolas oriundas do Legado Olímpico. Com o objetivo de evitar que os investimentos para a realização dos Jogos dessem origem a instalações sem uso, os chamados “elefantes brancos”, a Prefeitura do Rio adotou a arquitetura nômade em grande parte de seu projeto olímpico e, principalmente, na construção da Arena do Futuro, palco das competições de handebol e goalball, nas Olimpíadas e Paralimpíadas, respectivamente.
Arena 2 dará lugar ao novo campus do IFRJ
O governo federal aproveitou a cerimônia e anunciou que, a exemplo da Prefeitura do Rio, vai transformar a Arena Carioca 2, também no Parque Olímpico em um novo campus do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ). A unidade educacional vai garantir o acesso ao ensino técnico e profissional para 1.400 estudantes das comunidades da região de Jacarepaguá.
O governo federal, responsável pela unidade de ensino, informou que a entrega da obra está prevista para 2025. A Arena 2 recebeu as disputas de Judô e Luta Olímpica durante os Jogos Olímpicos, e Bocha, nas Paralimpíadas.
– Temos a convicção de que um país só se desenvolve e cresce com justiça social se investir em educação. E educação tem uma relação muito forte com o esporte. Os países que têm mais destaque nas Olimpíadas são aqueles que investem em esportes nas escolas. Portanto, ocupar esse espaço, que é um legado da Olimpíada, com uma escola tem um simbolismo muito forte – disse o ministro da Educação, Camilo Santana.
Novas inaugurações ainda em 2024
Além das escolas, dentro do conceito de reaproveitamento das instalações esportivas dos Jogos para transformá-los em outros equipamentos públicos, a Prefeitura do Rio anuncia a inauguração, em breve, do Terminal Intermodal Gentileza (TIG), que recebeu as estruturas de aço do Centro Internacional de Transmissão (IBC). O terminal será o elo entre dois dos principais legados de mobilidade de 2016: o BRT e o VLT.
A área de circulação e convivência dentro do Parque Olímpico, que também serviu para interligar as arenas esportivas, está se transformando no Parque Rita Lee. Uma instalação pública com mais de 900 árvores e 16 mil arbustos, quadras esportivas, praças, reforma do skate park, praça molhada e pisos coloridos, que será inaugurada ainda no primeiro semestre de 2024.
Já a piscina do Estádio Aquático Olímpico será montada no Parque Oeste. O parque sustentável ficará em um terreno de mais de 234 mil metros quadrados na Avenida Cesário de Melo, em Inhoaíba, Zona Oeste. Parte do Velódromo, que também está localizado no Parque Olímpico, receberá o Museu Olímpico.
A continuidade do plano de Legado Olímpico do Rio ficou paralisada entre os anos de 2017 e 2020, por decisão do governo anterior. Mas, a partir de 2021, o município voltou a investir na transformação da cidade para potencializar os benefícios e oportunidades conseguidas com a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, tanto no âmbito esportivo quanto de infraestrutura, que continuam a beneficiar a população carioca oito anos após a sua realização.
Com informações de assessoria
Wagner Sales – Editor de conteúdo