A inflação no Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), registrou 0,56% em março, desacelerando em relação aos 1,31% de fevereiro, conforme dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No entanto, todos os grupos de produtos e serviços apresentaram alta, com destaque para Alimentação e bebidas, que acelerou para 1,17%, impactando o índice geral em 0,25 ponto percentual. O IPCA acumulado nos últimos 12 meses atingiu 5,48% em março, acima dos 5,06% do mês anterior, e o acumulado no ano é de 2,04%. Em março de 2024, a variação havia sido de 0,16%.
No Rio de Janeiro, a variação do IPCA em março de 2025 foi de 0,53%, um pouco abaixo da média nacional.
O grupo Alimentação e bebidas foi o principal motor da inflação em março, respondendo por 45% do índice. As maiores altas foram observadas no tomate (22,55%), café moído (8,14%) e ovo de galinha (13,13%), que juntos representaram um quarto da inflação do mês. O café moído acumula um aumento expressivo de 77,78% nos últimos 12 meses.
Tomate e ovos
Segundo Fernando Gonçalves, gerente da pesquisa do IBGE, a alta do tomate foi influenciada pelo calor, que antecipou a colheita e reduziu a oferta em março. Já o aumento dos ovos está ligado ao custo da ração das aves (milho) e à maior demanda durante a Quaresma. A alta do café moído reflete a menor oferta global devido a quebras de safra no Vietnã e problemas climáticos na produção interna.
O grupo Transportes, com variação de 0,46%, teve o segundo maior impacto (0,09 p.p.) em março, desacelerando em relação a fevereiro (0,61%). A alta da passagem aérea (6,91%) foi um dos principais fatores, contrastando com a queda de 20,46% em fevereiro. Os combustíveis (0,46%) também desaceleraram, com a gasolina (0,51%), o óleo diesel (0,33%) e o etanol (0,16%) registrando variações menores que no mês anterior. O gás veicular (0,23%) apresentou aceleração. Destaca-se a redução de 1,09% no ônibus urbano, influenciada por reajustes tarifários e gratuidades em outras capitais.
O grupo Habitação, que havia apresentado uma alta significativa em fevereiro (4,44%), desacelerou para 0,24% em março. A energia elétrica residencial, item de maior peso no grupo, teve uma variação de apenas 0,12%, após o aumento de 16,80% em fevereiro. Essa variação reflete o reajuste em uma das concessionárias do Rio de Janeiro e alterações nas alíquotas de PIS/Cofins. No Rio de Janeiro, especificamente, o grupo Habitação teve uma alta de 0,63% em março de 2025.
Outros grupos que desaceleraram de fevereiro para março foram Artigos de residência (0,13%), Saúde e cuidados pessoais (0,43%) e Educação (0,10%). Já os grupos Vestuário (0,59%) e Comunicação (0,24%) registraram aceleração nos preços.
O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que mede a inflação para famílias de menor renda, teve alta de 0,51% em março no Brasil e de 0,53% no Rio de Janeiro, após registrar 1,48% em fevereiro. O acumulado no ano é de 2,00% e, nos últimos 12 meses, de 5,20%.
Em março de 2024, a inflação medida pelo IPCA no Brasil foi de 0,16%, e pelo INPC, de 0,19%. A variação do IPCA no Rio de Janeiro em março de 2024 foi de 0,01%, e do INPC no Rio de Janeiro em março de 2024 foi de 0,19%.
Com informações de Agência Gov.
Wagner Sales – Editor de conteúdo