Rio (RJ) – Terminaram os XXXIII Jogos Olímpicos da Era Moderna em Paris.
Os Estados Unidos foram os líderes do quadro de medalhas, com as mesmas 40 medalhas de ouro da China, mas um número maior de pratas que o país asiático. O Japão terminou em terceiro, com a Austrália em quarto e a França em quinto lugar.
Brasil nos Jogos Olímpicos
A participação brasileira não foi ruim, mas não foi a melhor da história. Foram 20 medalhas, sendo 3 ouros, 7 pratas e 10 bronzes. Terminou na 20° colocação no quadro geral de medalhas.
Dessas 20, as brasileiras conquistaram 12. Os homens venceram 7 e a equipe mista de judô ganhou uma inédita medalha de bronze.
Não tivemos medalha em nenhum esporte inédito, diferente das quatro últimas edições.
Em Pequim 2008, foi o taekwondo, em 2012 foi o pentatlo e a ginástica artística estrearam no pódio, em 2016 foi a canoagem e em Tóquio foi o tênis.
Agora em Paris, chegamos perto na Canoagem Slalom com Ana Sátila e no Wrestling com Giulia Penalber. Além das duas, o Brasil esteve perto do pódio com Ana Marcela Cunha, quarta colocada na maratona aquática, Rafaela Silva e Rafael Macedo no judô, Guilherme Costa na natação e Hugo Calderano no tênis de mesa.
O nosso país não tinha grandes favoritos ao ouro. Ana Marcela Cunha era favorita ao pódio, mas não ao ouro como em Tóquio; Gabriel Medina era candidato ao ouro em Teahuppo, mas faltaram ondas na semifinal contra o australiano Jack Robinson. Beatriz Ferreira era uma das grandes favoritas ao ouro, junto com Ana Patrícia e Duda do vôlei de praia, mas as brasileiras, líderes do ranking mundial, garantiram o favoritismo. Já Beatriz Ferreira ficou com o bronze após perder a semifinal para a irlanddesa Kelllie Harrington, a mesma que a venceu na final dos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Isaquias Queiroz era candidato ao pódio, mas não ao ouro no C1. Acabou com a prata.
Rebeca Andrade
A ginasta foi o grande destaque do Brasil em Paris. Ganhou 4 medalhas em Paris (um ouro no solo, duas pratas no individual geral e no salto e um bronze por equipes). Com o ouro no salto e a prata no individual geral em Tóquio, chegou a 6 medalhas em Jogos Olímpicos, ultrapassando Isaquias Queiroz, Torben Grael e Robert Scheidt com 5 medalhas.
Bateu o recorde de 4 medalhas em uma edição de Jogos Olímpicos, e superou o canoista de velocidade Isaquias Queiroz, que ganhou três medalhas em Tóquio.
O canoista ganhou 3 medalhas olímpicas em três edições dos Jogos, algo raro no esporte brasileiro.
Além de Rebeca Andrade, tivemos mais duas medalhas de ouro em Paris, com Beatriz Souza no judô e a dupla de vôlei de praia feminino Ana Patrícia e Duda.
Vamos falar sobre elas.
Beatriz Souza
Bia Ferreira, judoca de 26 anos, fez uma campanha brilhante na categoria pesado. Ganhou todas as lutas por ippon ou waza-ari e acabou com a medalha de ouro. Foi a primeira brasileira a ganhar medalha de ouro em uma prova individual na sua primeira edição de Jogos Olímpicos.
Maurren Maggi em Pequim 2008, Sarah Menezes em Londres 2012, Rafaela Silva na Rio 2016 e Rebeca Andrade e Ana Marcela Cunha ganharam o ouro, mas já tinham disputado uma edição das Olimpíadas.
Além do ouro no individual, também ajudou a equipe mista de judô a ganhar uma inédita medalha de bronze.
Ana Patrícia e Duda
Ana Patrícia e Duda garantiram o favoritismo e ficaram com a medalha de ouro. A dupla, primeira colocada do ranking mundial, venceu as 7 partidas que disputou. As 5 primeiras por 2×0 e a semifinal e final por 2×1.
As duas se conhecem há mais de dez anos. Fizeram dupla em 2013 e foram campeãs dos Jogos Mundiais da Juventude em 2014. Depois formaram duplas com outras parceiras e em 2022 retomaram a parceria.
Foi a primeira medalha do vôlei de praia feminino em 28 anos. Em Atlanta 1996, na estreia da modalidade em Olimpíadas, Jackie Silva e Sandra Pires derrotaram Adriana e Monica na final e ficaram com o ouro. Foi a 14° medalha do vôlei de praia brasileiro em Jogos Olímpicos.
Outros feitos
A equipe brasileira conquistou as melhores colocações da história na canoagem slalom, na marcha atlética, na ginástica rítmica, no Triatlo, no Wrestling e o maior número de medalhas para o Brasil em uma edição dos Jogos na ginástica artística e no judô.
Decepções
Também tivemos algumas decepções. No boxe, Beatriz Ferreira era candidata ao ouro, mas acabou ganhando o bronze. O país não ganhou mais nenhuma medalha.
Um fracasso, se lembrarmos do ouro, da prata e do bronze em Tóquio. Outra decepção foi a natação. Após quatro Olimpíadas com pelo menos uma medalha nos mares ou nas piscinas olímpicas, os esportes aquáticos passaram em branco em Paris.
O vôlei de quadra masculino foi outro que ficou fora do pódio. Mesmo em fase de transição e sem ter tido bons resultados nos últimos anos, esperava-se um resultado melhor. Foram 3 derrotas em 4 partidas.
A sensação é de que os resultados não foram ruins, mas poderiam ter sido melhores. O Brasil precisa de uma política de esportes séria, que desenvolva os esportes e assim apareçam mais Anas, Dudas, Bias, Rebecas, Gabis, Larissas, Rayssas, Tatianes, Caios, Gabrieis, Isaquias, Willians, Alisons…
Com informações de Salvador Gama
Wagner Sales – Editor de conteúdo