Jongo da Serrinha é um patrimônio histórico que vai além da dança.

Rio (RJ) – Já é sabido que o Jongo da Serrinha é um patrimônio histórico – cultural do Rio de janeiro, que através de seus projetos sociais realizados dentro e fora da Serrinha promove o desenvolvimento e a disseminação da cultura afro-brasileira pelo Brasil. Desde maio deste ano, o Projeto Encontro de Jongueiros vem rendendo frutos e apresentando, não só para a comunidade jongueira, mas para todos que buscam conhecimento, a diversidade e a importância do Jongo para a sociedade.

O projeto foi tirado do papel e esse intercâmbio entre as comunidades, que tem o Jongo como matriz cultural e social, irá acontecer até o final do ano. Santo Antônio de Pádua será a quarta comunidade a ser visitada, nos dias 17 e 18 de agosto de 2024. Diferente da Serrinha, o Jongo nesta comunidade é chamado de Caxambu e nasceu com Dona Sebastiana Segunda, descendente de negros escravizados.

O Jongo é muito mais que uma dança. Muitos não sabem, mas era uma maneira dos povos escravizados demonstrarem as dores que sofriam pelos senhores de engenho, uma forma de comunicar sobre suas possíveis fugas das senzalas e de deixar viva a ancestralidade. Nós continuamos a lutar pela valorização e reconhecimento do Jongo, simplesmente para manter a nossa história viva. É uma forma de ensinar o que muitos não aprendem na escola. Somos resistência!”, explica Mestre Nico, líder do Caxambu Sebastiana Segunda de Santo Antônio de Pádua.

Experiência ancestral

Além deste debate, haverá também contação de histórias, um projeto literário que foi inserido nestas visitas para enriquecer a experiência ancestral e cultural das crianças e jovens, feita pelos mais velhos, que irão trazer seus conhecimentos e de seus antepassados para explicarem toda a trajetória cultural do Jongo até os dias atuais.

O objetivo principal do projeto é que futuramente haja uma rotina periódica destas visitas para o fortalecimento político, social e cultural destas localidades que apresentam, cada uma, suas particularidades conforme o contexto que vivem. Vamos começar a nível estadual e futuramente queremos desbravar o Brasil e o mundo, chegando em Angola, local onde o Jongo teve origem”, conta Ivo Mendes, filho de Tia Maria do Jongo.

Todo esse movimento rendeu ao Jongo um dia para chamar de seu. No dia 24 de junho, na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, foi instituído o Dia Municipal do Jongo, data escolhida em homenagem a Vovó Maria Joanna Rezadeira, ícone da cultura jongueira, que fazia aniversário no dia de São João. 

 

Com informações de assessoria

Wagner Sales – Editor de conteúdo

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