Rio – Os ataques ao transporte público registrados no Rio, podem ter desencadeado uma outra operação por parte do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). O órgão obteve junto ao Tribunal de Justiça a permanência de Rogério Avelino da Silva, vulgo “Rogério 157” no presídio federal de Porto Velho (RO), considerado de segurança máxima.
A decisão proferida nesta sexta-feira (27/10) pela segunda Vice-Presidente do TJRJ acolheu o pedido do MPRJ para suspender a decisão da 6ª Câmara Criminal do Tribunal, que havia autorizado o retorno do criminoso para uma unidade prisional fluminense.
No Recurso Especial e na medida cautelar o MPRJ alerta que ‘Rogério 157’ está preso na penitenciária federal justamente por conta de seu papel na cúpula da facção criminosa que atua no Rio de Janeiro. Afirma que sua permanência fora do Estado atende às necessidades da atual política de segurança pública, na medida em que atrapalha a sua comunicação e articulação com integrantes da facção.
Até julgamento do Recurso Especial também interposto pelo MPRJ junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), Rogério 157 vai permanecer no presídio Federal, de acordo com a decisão.
Prisão Preventiva
Ao mesmo tempo, em decisão da 2ª Vara da Comarca de Miracema, proferida nesta quinta (26/10), o MP obteve a prisão preventiva de Matheus Vinicius Moura Colombo, vulgo ‘Matheus da Covanca’, e de outros 36 integrantes de organização criminosa que atua no município da região Noroeste fluminense. Matheus é conhecido no meio policial como associado à uma das maiores facções criminosas do estado que atua no Morro do Cruzeiro Ele seria o responsável pela guarda de grande quantidade de substância entorpecente e armas de fogo em sua residência, a mando de Alan Gomes da Silva, conhecido como ‘Alan Verdão’, igualmente denunciado, e a quem seria subordinado.
Diligência realizada resultou na colheita de elementos de prova que indicam a existência de extenso grupo organizado, violento e com elevado grau de divisão de tarefas, constituído com o objetivo de comercializar drogas nos bairros Cehab, Viradouro, Vila Nova, Morro da Pedrada e Paraíso Tobias, além de outras localidades de Miracema, em associação com a facção criminosa. As investigações apontaram ainda que a facção utiliza o WhatsApp de maneira corriqueira para o desempenho das atividades criminosas e divisão de tarefas e de lucros.
Na denúncia, oferecida em 24/10, o MPRJ destaca que além dos efeitos do tráfico de drogas e da associação para o tráfico, responsável pelo domínio de territórios, a organização criminosa responde por uma série de crimes graves e violentos, tais como homicídios, roubos, corrupção de menores, torturas, ameaças e invasão a domicílios de moradores locais. E que, nos últimos meses, após a apreensão do aparelho celular de Matheus, durante operação conjunta do MPRJ com a Polícia Civil e a Polícia Militar, foi observada alteração no modelo de atuação da referida facção, que passou a atuar de forma ainda mais agressiva, rebuscada e violenta, inclusive com participação de novos integrantes da facção criminosa advindos da baixada fluminense e do Jacarezinho para ampliar o poderio do grupo em Miracema, todos identificados e denunciados.
Com MPRJ
Wagner Sales – Editor de Conteúdo