Luanda (AO) – O governador Luís Nunes anunciou que estão sendo realizados todos os esforços para melhorar as condições de saneamento básico, principalmente nos bairros periféricos de Luanda, para combater a cadeia de contágio da cólera seja rapidamente cortada e com isso evitar o avanço da epidemia que já se tornou um problema de saúde pública.
Por ser uma doença ligada ao consumo de água contaminada, Luís Nunes explicou que a Empresa Pública de Abastecimento de Água de Luanda (EPAL) já criou as condições para melhorar o abastecimento com água de qualidade para a população através de chafarizes instalados.
“A água que é distribuída pela EPAL é tratada, mas a maior parte da população não tem acesso e recorre ao consumo de água imprópria”, reconheceu o governador.
Dezesseis municípios
Questionado sobre as medidas de prevenção para evitar a propagação na capital do país, Luís Nunes disse que os dezesseis municípios da província de Luanda estão prontos para o tratamento, combate e prevenção da doença.
Nunes reafirmou que os municípios de Luanda estão todos preparados para combater os casos de cólera, desde o tratamento até à recuperação do doente.
Acompanhado do secretário de Estado da Saúde para Área Hospitalar, Leonardo Inocêncio, o governador começou a visita no Hospital Municipal de Cacuaco, onde recebeu informações sobre as condições da unidade sanitária e do Centro de Tratamento da Cólera, instalado no interior do hospital para atender pacientes com sintomas da doença.
Além dos meios de saúde, Luís Nunes entregou três motorizadas para apoiar o CTC do bairro Belo Monte, assim como para a distribuição do hipoclorito de sódio casa-a-casa.
Ele informou que a recolha dos resíduos sólidos vai ser permanente, com o intuito de reduzir o surto de cólera na capital do país.
“Vamos fazer o máximo esforço para acabar com os focos de lixo, que deverá ser um trabalho permanente. Porque com o trabalho que o GPL e o Ministério da Saúde estão a fazer, estou convencido de que a doença será eliminada o mais breve possível”, salientou o governador de Luanda.
Orientações para evitar a doença
Entre as medidas que podem ser adotadas para evitar a doença os médicos aconselham que as pessoas não utilizem água de riachos, rios, cacimbas ou poços contaminados para banhar ou beber. Deve-se evitar o consumo de alimentos crus ou mal cozidos (principalmente os frutos do mar) e alimentos cujas condições higiênicas, de preparo e acondicionamento, sejam precárias.
A cólera é uma doença infecciosa intestinal aguda, transmissível, caracterizada, em sua forma mais evidente, por diarréia aquosa súbita, cujo agente etiológico é o Vibrio cholerae, bactéria Gram-negativa, em forma de bastonete encurvado, móvel. É transmitida principalmente pela contaminação fecal da água, de alimentos e outros produtos que podem ser levados à boca.
A infecção pode ser leve ou ocorrer sem sintomas (75%). Em cerca de 5% das pessoas infectadas o quadro pode ser grave, manifestando-se por diarreia líquida e profusa, com aspecto de “água de arroz”, vômitos e cãibra nas pernas. Pode causar óbito devido à intensa perda de líquidos do corpo (desidratação) e choque, e por isso requer tratamento, o mais rápido possível. É considerada uma doença de extrema virulência. Os sintomas podem aparecer após contato com a fonte de infecção, de poucas horas até cinco dias, em geral, de dois a três dias.
Com informações de Thyrsa Alberto (Correspondente em Angola)
Wagner Sales – Editor de conteúdo