Fortaleza (CE) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve em Iguatu, no Ceará, nesta sexta-feira (5/4), para assinar a ordem de serviço do Ramal do Salgado, que integra a transposição do Rio São Francisco, e acompanhar os avanços das obras da Ferrovia Transnordestina. As obras estão conectadas à melhoria da infraestrutura, da segurança hídrica e da logística para escoamento da produção nacional.
A empresa responsável pelas obras da ferrovia, a Transnordestina Logística, se comprometeu a finalizar a construção entre o fim de 2026 e o início de 2027. O presidente Lula ressaltou que o Governo Federal vai garantir todos os insumos necessários para viabilizar a entrega do empreendimento. “Se depender do governo, a gente vai terminar, porque o governo vai cumprir todos os acordos firmados e não vai permitir que faltem os recursos necessários”, afirmou.
Barateamento do transporte
Para o presidente, a importância da ferrovia que liga o sertão do Piauí ao porto de Pecém (CE) vai além da geração de empregos e do barateamento do transporte, que beneficia os moradores da região. “Ela é importante porque o Brasil se transformou num país rodoviário e, para ser mais produtivo, mais leal ao povo, não pode abandonar a ferrovia para fazer rodovia, não. Tem que ter rodovia de qualidade, ferrovia de qualidade e hidrovia de qualidade, porque precisamos ter um sistema intermodal para utilizar todo o nosso potencial para transportar gente, carga e baratear as coisas para o nosso povo”, declarou.
O ministro dos Transportes, Renan Filho, destacou o avanço das obras. “É uma ferrovia de mais de 1.206 quilômetros, dos quais 679 já estão prontos. E vamos, nos próximos meses, contratar o restante. Hoje essa ferrovia tem, com salários médios de aproximadamente de R$ 2.800, mais de 2.600 homens trabalhando. Até o fim do ano, vamos pelo menos dobrar a geração de empregos aqui, porque é isso que as pessoas precisam para que a obra ande mais rápido”, afirmou.
O presidente Lula reforçou que os investimentos em infraestrutura se conectam com o compromisso de cuidar do povo brasileiro. “Para mim, cada mulher, cada criança, cada homem merece ser tratado com respeito. E para ter respeito, tem que ter educação, saúde, emprego, viver em harmonia. E o emprego vamos gerar, construindo a ferrovia, e depois vamos gerar emprego com a ferrovia transportando produtos de riqueza para outro lugar”.
A obra de 36 km ligada à transposição do Rio São Francisco, vai conectar Cachoeira dos Índios, na Paraíba, a Lavras de Mangabeira, no Ceará, onde deságua no Rio Salgado. “É uma obra para ser executada em 36 meses. São 36 quilômetros. Vai atender 54 municípios e garantir segurança hídrica para cinco milhões de pessoas”, explicou o ministro Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional).
Ao reduzir o percurso em cerca de 100 km em comparação com a derivação em Jati, a adução da água ao açude Castanhão vai trazer rapidez e eficiência da transferência de vazões. Isso beneficia a Região Metropolitana de Fortaleza, maior centro urbano a ser atendido, e permite o abastecimento de cidades de médio porte, como Lavras da Mangabeira, Aurora, Cedro e Icó.
De Eliseu Martins, no Piauí, até o Porto de Pecém, no Ceará, a Transnordestina terá mais de 1,2 mil quilômetros, passando por 53 municípios dos estados do Piauí, Ceará e Pernambuco. A ferrovia será responsável pelo transporte de grãos, fertilizantes, cimento, combustíveis e minério. Boa parte dessa carga seguirá para o mercado externo. Um dos projetos prioritários do Novo PAC, a Transnordestina teve, no governo Lula, o trecho Salgueiro-Suape (PE) reinserido no programa. Ele havia sido retirado do contrato na gestão anterior.
Produção local
O governador do estado, Elmano de Freitas, afirmou que os cearenses sonham com a Transnordestina desde 2006 e que ela vai ampliar a produção local. “De lá para cá, o Ceará se transformou num dos maiores polos calçadistas do Brasil. Quem passa no Cariri, no Sertão Central, sabe a quantidade de empregos que temos de trabalhadores nas empresas de calçados. É esse trem que vai pegar os calçados produzidos — já são produzidos hoje e vão ser ainda mais — e levá-los ao porto do Pecém para exportação e gerar mais emprego”, disse.
Na cerimônia desta sexta-feira, o ministro Waldez Góes anunciou outros investimentos em projetos de segurança hídrica, como o milésimo sistema de dessalinização do Programa Água Doce. “Só no Ceará, são mais de 300 sistemas. E, hoje a gente dá por inaugurado, no município de Chorozinho, o milésimo sistema de água doce”, pontuou. “Também estamos dando ordem de serviço para sistema de abastecimento de 10 novos, de R$ 22 milhões, sendo R$ 18 milhões do Governo Federal e R$ 4 milhões de contrapartida do governo do estado. E tem a recuperação de reservatórios, o reservatório de Quixabinha e Prazeres, um investimento de R$ 16 milhões”, listou o ministro.
Outra obra é a do Cinturão das Águas do Ceará, que prevê 1.300 quilômetros e mais de R$ 2 bilhões em investimentos, dos quais 89% já foram empenhados. ”Isso vai atender não só as pessoas, mas as indústrias, o turismo e os projetos de irrigação”, sinalizou Góes. O ministro também ressaltou que o Novo PAC tem um eixo totalmente dedicado aos investimentos em abastecimento de água. “O eixo Águas para Todos tem, só de infraestrutura hídrica no Nordeste, 62 obras. Das quais, 31 ligadas diretamente ao programa de infraestrutura da transposição do São Francisco. As demais são complementares. E aqui no Ceará, entre barragens, adutoras, canais, são aproximadamente oito ou nove obras”, afirmou.
Com informações de assessoria
Wagner Sales – Editor de conteúdo