Dubai – Além dos compromissos diretamente ligados à agenda das mudanças climática e da transição energética na COP 28, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve diversas reuniões bilaterais com líderes internacionais nesta sexta-feira (1/12), no primeiro dia da Conferência da ONU sobre o Clima, nos Emirados Árabes.
Na conversa com o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, Lula tratou do papel do Brasil na Presidência do G20 e como a ONU pode ajudar nesse processo. O país assumiu nesta sexta-feira, o comando do bloco das principais economias mundiais pela primeira vez.
O mandato tem duração de um ano e se encerra em 30 de novembro de 2024. O Brasil vai criar duas forças-tarefa para ampliar o combate à desigualdade ao longo dessa Presidência: a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e a Mobilização Global contra a Mudança do Clima, além de trazer à pauta a reforma das instituições multilaterais.
Grupos de trabalho
No período à frente do G20, o país vai organizar mais de 100 reuniões de grupos de trabalho e cerca de 20 reuniões ministeriais. O momento mais importante é a Cúpula de Chefes de Estado e de Governo, no Rio de Janeiro, entre 18 e 19 de novembro de 2024. A partir desta sexta-feira, o Brasil passou a ser responsável por operar o site oficial, em três línguas (português, inglês e espanhol), e as redes sociais do G20.
Na mesma conversa com Guterres, o presidente brasileiro discutiu o papel das instituições de governança global no novo cenário geopolítico e ressaltou a importância de uma reforma da ONU, em especial do Conselho de Segurança.
A agenda do dia permitiu a Lula mais uma reunião de trabalho com a presidenta da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Os dois vêm tratando da possibilidade de selar o acordo entre Mercosul-União Europeia desde o início do ano, em conversas pessoais e virtuais.
Eles comentaram que houve avanços significativos nas reuniões entre equipes técnicas dos dois lados, em particular após a última ligação telefônica entre ambos, ocorrida no dia 20 de novembro.
As negociações terão sequência até a próxima Cúpula do Mercosul, agendada para a semana que vem, no dia 7 de dezembro, no Rio de Janeiro. O Brasil também ocupa a presidência temporária do bloco dos países da América do Sul.
Diante disso, assim como ocorreu na Cúpula da Amazônia, em 8 e 9 de agosto, o evento do Mercosul será precedido de uma Cúpula Social, com cerca de 300 representantes da sociedade civil e de governos dos países que integram o bloco. O objetivo é discutir o fortalecimento da democracia na região e ampliar a participação social na agenda política. O resultado das discussões da Cúpula Social será apresentado aos chefes de Estado no dia 7. Adicionalmente, Lula e von der Leyen trocaram impressões sobre o conflito no Oriente Médio.
A crise na região também foi pauta na conversa entre Lula e o presidente do Estado de Israel, Isaac Herzog. O foco foi na questão do processo gradual de liberação dos reféns no conflito entre israelenses e o Hamas na Faixa de Gaza.
Outra agenda bilateral do dia do presidente Lula foi com o presidente do Governo do Reino da Espanha, Pedro Sánchez. Eles trataram da formação do novo governo da Espanha, após as recentes eleições, e também voltaram a reforçar a necessidade de concluir as negociações em torno do acordo entre Mercosul e União Europeia. A Espanha atualmente preside o Conselho do bloco europeu.
Com assessoria
Wagner Sales – Editor de Conteúdo