São Paulo (SP) – Morreu na madrugada desta segunda-feira, em São Paulo, o ex-ministro Delfim Netto, de 96 anos. Ele que foi ministro da Fazenda e deputado federal, estava internado no Hospital Israelita Albert Einstein desde o dia 5 de agosto em decorrência de problemas de saúde.
O ex-ministro deixa filha e neto. Não haverá velório aberto e seu enterro será restrito à família. Delfim comandou a economia brasileira nos anos mais violentos da ditadura militar, nos governos dos generais Costa e Silva, Emílio Garrastazu Medici e João Figueiredo.
Carreia
O economista e professor da USP soube se reinventar ao longo da carreira. Dizia em vida ter sido três: o primeiro, um socialista fabiano, adepto do movimento inglês surgido no século 19 e que defendia a implantação do socialismo por meio de reformas graduais. O segundo, o homem do governo militar. E o terceiro, o que contribuiu no fim da vida com as políticas sociais do primeiro governo Lula (2003-2010).
Em nota, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte do professor, economista e ex-ministro Delfim Neto. Na nota, o presidente afirma: “Durante 30 anos eu fiz críticas ao Delfim Netto. Na minha campanha em 2006, pedi desculpas publicamente porque ele foi um dos maiores defensores do que fizemos em políticas de desenvolvimento e inclusão social que implementei nos meus dois primeiros mandatos. Delfim participou muito das discussões de políticas públicas daquele período. Quando o adversário político é inteligente, nos faz trabalhar para sermos mais inteligentes e competentes.
Lula acrescenta “Em um curto espaço de tempo, o Brasil perdeu duas referências do debate econômico no país: Delfim Netto e Maria da Conceição Tavares. Fica o legado do trabalho e pensamento dos dois, divergentes, mas ambos de grande inteligência e erudição, para ser debatido pelas futuras gerações de economistas e homens públicos. Meus sentimentos aos familiares, amigos e alunos de Delfim Netto”.
Com informações de Estadão, governo federal
Wagner Sales– Editor de conteúdo