Os pescadores da Ilha do Governador (RJ) filmaram neste sábado (19/04) manchas de novo vazamento de óleo no mar poluindo as águas da Baía de Guanabara. As redes de pesca ficaram manchadas de óleo e há risco deste poluente entrar na área de manguezal do Rio Jequiá. A região está ligada a uma Unidade de Conservação Ambiental municipal, Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana (APARU) do Jequiá, criada pelo Decreto no. 12.250/1993, abrange uma região com rica biodiversidade e avifauna com 147 hectares, sendo um dos últimos remanescentes de manguezal de toda a Baía de Guanabara.
Segundo o Movimento Baia Viva, a mancha de óleo foi filmada por pescadores da Colônia de Pesca Z-10, da Ilha do Governador, em frente à Ilha Seca e foz do Rio Jequiá, numa região onde estão localizadas várias unidades industriais e terminais de petróleo, um deles pertencente a empresa COSAN (RAIZEN – MOOVE) que em fevereiro último provocou grande incêndio nos tanques de combustível ao lado de residências no bairro da Ribeira e possui duas unidades industriais altamente perigosas neste local.
Transpetro
Também são encontrados na região, além da COSAN, o terminal de combustível da Estação Rádio da Marinha situada na Ponta do Matoso (dentro da área da APARU do Rio Jequiá) e mais distante está localizado o Terminal da Ilha D’água, da Transpetro.
O Movimento Baía Viva, a pedido dos pescadores artesanais, acionou pela manhã a Capitania dos Portos do Rio de Janeiro (Marinha do Brasil), o Instituto Estadual do Ambiente (INEA-RJ) e o IBAMA para que façam imediatamente uma vistoria ao local junto com os pescadores e pescadoras, e atuem na identificação da origem de mais esta denúncia.
” Infelizmente, sucessivos vazamentos de óleo no mar vêm contaminando áreas de manguezais que são territórios pesqueiros, o que vem ameaçando a biodiversidade marinha e reduzindo a produtividade pesqueira que é a principal fonte de alimentação e segurança alimentar das comunidades pesqueiras e sua fonte de renda familiar. Falta uma fiscalização preventiva por parte dos órgãos públicos que deveria ser feita em cooperação com os pescadores artesanais que diariamente tentam tirar seu sustento do mar” disse o coordenador do BV, Sérgio Ricardo Potiguara.
Com informações de assessoria
Wagner Sales – Editor de conteúdo