Rio de Janeiro (RJ) – Foi realizada nesta quinta-feira (13/06) a demolição de um prédio de seis andares – com estruturas e demarcações para dois apartamentos por pavimento, além da cobertura – construído irregularmente no condomínio Figueiras do Itanhangá, na Muzema, zona oeste do Rio, área que sofre influência do crime organizado. Com a operação, a prefeitura que promoveu a ação atinge a marca de quatro mil demolições realizadas desde 2021, com um prejuízo estimado de aproximadamente R$ 1 bilhão aos responsáveis.
As ações foram feitas 70% em áreas com atuação de criminosos (milícia, tráfico e narcomilícia), sendo 55% delas na Zona Oeste da cidade. Além das operações nessas regiões com crime organizado, a Prefeitura também já realizou centenas em áreas de proteção ambiental.
Autorização da prefeitura
O prédio possui aproximadamente 900 m² de área construída e é ilegalizável, uma vez que não atende aos parâmetros urbanísticos do local, além de não possuir nenhuma autorização da prefeitura para a obra. De acordo com engenheiros do município, a demolição causará um prejuízo de cerca de R$ 3 milhões aos responsáveis.
A construção está em uma área de encosta, com inclinação acentuada, com média a alta possibilidade de deslizamento por não possuir obras de contenção. O prédio está desabitado. A obra já havia sido embargada, inclusive com diversas aplicações de multas ao responsável.
A Secretaria de Ordem Pública já demoliu outros 13 edifícios irregulares no mesmo condomínio, sendo dois prédios exatamente ao lado deste que foi alvo da operação desta quinta-feira. Os responsáveis tinham conseguido uma liminar impedindo a demolição, mas que foi revogada, dando ao município a condição legal de realizar essa ação.
– Essa demolição quatro mil é mais um grande marco no trabalho da Prefeitura do Rio de auxílio à segurança pública. Essas operações possuem um tripé de motivação muito forte: a asfixia financeira do crime organizado, uma vez que atuamos em um dos braços mais lucrativos desses grupos criminosos, que é a construção civil; o ordenamento da cidade; e a preservação de vidas, já que essas construções, em sua maioria, não possuem um responsável técnico habilitado e colocam em risco a vida das pessoas – destacou o secretário de Ordem Pública, Brenno Carnevale.
Em 2019, outros dois prédios construídos irregularmente no mesmo condomínio desabaram e causaram a morte de 24 pessoas.
Com informações de assessoria
Wagner Sales – Editor de conteúdo