De acordo com o antigo secretário-geral do MPLA, “não se trata aqui do meu estado da nação”, porque é do conhecimento de todos que isso, no sentido próprio, só pode ser feito por uma pessoa. Foto: Facebook.

Marcolino Moco critica João Lourenço, e diz que terá o fim idêntico à JES

Luanda – O ex- primeiro-ministro angolano, Marcolino Moco, condenou o pronunciamento do presidente João Lourenço, proferido à nação na segunda-feira passada (16/10). Para Moco, ter ficado claro o quanto as coisas continuarão difíceis. “Mais dinheiro irá para a compra de mais blindados e carros de assalto, em pleno tempo de paz de armas”.

De acordo com o antigo secretário-geral do MPLA, “não se trata aqui do meu estado da nação”, porque é do conhecimento de todos que isso, no sentido próprio, só pode ser feito por uma pessoa.

“Trata-se da minha profunda tristeza porque o Sr. Presidente e os seus, cuja missão era corrigir o que está mal e melhorar o que está bem, preferem continuar a complicar tudo”, lamentou Moco.

Em agosto do ano passado, Moco declarou seu apoio ao então candidato da Unita à presidência da República, Adalberto Costa Júnior, por se tratar de “uma grande oportunidade” para criar um Estado inclusivo.

Discurso quase interminável

Por exemplo, só discurso, muito longo, quase interminável, sobre o Estado da Nação, em todos os sentidos, é o que o antigo presidente JES impunha, embora não o dissesse com toda essa crueldade. “Vejam como vós acabastes com ele, até arrancar as raízes que sustentavam algumas coisas do que sobrou das desgraças que agora se acentuam?!”, recordou.

Segundo observou o político, a forma como o Presidente João Lourenço termina o seu discurso, visando, manifestamente, o seu lídimo adversário político, presidente da UNITA, parece já o início da abertura da tal “caixa de pandora” que alguém anunciou, nas redes sociais, alegando que “faltaram respeito ao chefe”, com o atrevimento que tiveram, mesmo invocando a constituição e a lei, para a possibilidade de destituí-lo.

“Como quem diz – nós somos especiais – nada temos com o que tantas as vezes se fez em tanto lado, por áfricas e mundos. Arrogância pura, que não sei onde se distingue dos antigos colonizadores deste país, que já muita gente da minha faixa etária se interroga, porque se morreu tanto pela descolonização, para chegarmos a isso!?”, considerou.

Assim, referiu Marcolino Moco, já sabemos quanto as coisas continuarão difíceis. Mais dinheiro irá para a compra de mais blindados e carros de assalto, em pleno tempo de paz de armas. Mais ofertas a bajuladores, estes que sem confronto com outras verdades, de vários outros estados proibidos da Nação, peroram em rádios e televisões públicas, enquanto ninguém pode impedir seus amigos de actuarem nas redes sociais. Mais dinheiro para a desmoralização corruptiva de juízes dos tribunais superiores, enquanto tribunais inferiores lavram na miséria. Mais despesas para os “serviços secretos” de que pouco sobra para defenderem o verdadeiro Estado que devia servir a todos.

Esquecidas as palavras lapidares de JES, no derradeiro Congresso do MPLA, em que participou: “Tudo tem o seu fim!” Só espero que os que se seguirão, porque a vida é mesmo assim, alguém virá a seguir, não venham a persistir neste caminho: o da vingança e de “fazer ver”.

“E como disse, ainda não estamos na última oportunidade para que as coisas mudem, mesmo com quem está a mandar, neste momento, se se quiser”, defendeu, questionando “Para quê procurar tantas canseiras e desgraçarmos assim o país e desgraçarmo-nos a nós próprios, como actores políticos, com tão belas oportunidades?”

Com Matias Venâncio (Correspondente em Angola)

Wagner Sales – Editor de Conteúdo

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