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Megaoperação Desarticula Núcleo Financeiro de Facção no Rio

Nesta terça-feira (03/06), uma megaoperação policial no Rio de Janeiro e em São Paulo visou desarticular o núcleo financeiro da maior facção criminosa do estado. A ação, coordenada por policiais civis da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) e do Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD), cumpriu mandados de busca e apreensão e bloqueou 35 contas bancárias, revelando um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou mais de R$ 250 milhões provenientes do tráfico de drogas e da aquisição de armas de uso restrito.

As investigações detalharam como o esquema criminoso utilizava pessoas físicas e jurídicas para dissimular a origem ilícita dos valores. O dinheiro era reinvestido na compra de fuzis e cocaína, além de fortalecer o poder territorial da facção em diversas comunidades. “Os criminosos criam novas práticas e estratégias para atingir objetivos ilícitos e ilegais, por isso o empenho das nossas forças de segurança para enfrentar essas organizações criminosas é ainda maior”, destacou o governador Cláudio Castro, reforçando o trabalho de inteligência para desarticular a estrutura financeira das facções.

Um dos nomes centrais identificados foi Philip Gregório da Silva, o “Professor”, que atuava na engrenagem financeira da organização. Ele era responsável por eventos como o “Baile da Escolinha”, usado para dominação cultural e captação de recursos para o tráfico. Embora “Professor” tenha morrido nesse domingo (1º de junho), sua relevância no esquema permanece clara, especialmente na consolidação da narcocultura e na estruturação de empresas de fachada para legalizar o dinheiro sujo.

Outro destaque da apuração é a influenciadora digital Viviane Nogueira, mulher de um cantor preso recentemente, Poze do Rodo. Viviane e sua empresa figuram como beneficiárias diretas de recursos da facção, recebidos por meio de “laranjas” para ocultar a origem ilícita. As análises financeiras apontam que valores do tráfico e de operadores de lavagem de capitais da facção foram canalizados para contas ligadas à mulher, tornando-a um foco central do inquérito. A posição de Viviane é simbólica, representando o elo entre o tráfico e o consumo digital, conferindo legitimidade aparente ao dinheiro do crime e ampliando o alcance da narcocultura nas redes sociais.

Restaurantes e Produtoras de Eventos como Pontos de Lavagem

As investigações revelaram que um restaurante localizado estrategicamente em frente ao “Baile da Escolinha” funcionava como ponto de lavagem de dinheiro, movimentando recursos do tráfico sob a fachada de atividade empresarial lícita. O local servia como polo logístico e símbolo de poder da facção, conectando a vida noturna da comunidade à engrenagem financeira.

Uma produtora de eventos também desempenhava papel relevante, operando a lavagem de dinheiro e fomentando bailes funk promovidos por integrantes da facção. Esses bailes eram utilizados como pontos de venda de drogas e difusão da narcocultura. O responsável pela produtora e a própria empresa foram identificados como destinatários diretos de recursos financeiros de operadores da organização criminosa, recebendo valores de pessoas físicas e jurídicas interpostas para ocultar os lucros ilícitos do tráfico.

Entre os remetentes identificados nas análises financeiras, destacam-se um segurança pessoal do chefe da facção no Complexo do Alemão e um indivíduo com histórico no sistema financeiro informal, procurado pelo FBI por suspeita de atuar como operador de valores para a Al-Qaeda, conforme dados de cooperação internacional.

O secretário de Estado de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, disse que “ficou comprovado que o sofisticado esquema de lavagem de dinheiro da facção envolve empresas de eventos, cantores que fazem bailes em comunidades e até a mulher de um desses MCs. Chamou atenção no curso da apuração que uma das empresas de eventos investigadas tem relação direta com um indivíduo que foi procurado pelo governo dos Estados Unidos por relação com o grupo terrorista Al-Qaeda, o que demonstra o estreito vínculo entre a facção, influenciadores e pessoas que fazem eventos e instigam a narcocultura em comunidades exploradas pela facção.”

Com informações de assessoria

Wagner Sales – editor de conteúdo

Foto: PCERJ / Divulgação

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