Rio – Pelo menos cinco pessoas foram presas durante a 2ª fase da Operação Dinastia deflagrada nesta terça-feira (19/12) pelo Ministério Público do Rio de Janeiro e Polícia Federal. O objetivo era cumprir 12 mandados de prisão e 17 de busca e apreensão contra integrantes de uma organização criminosa voltada para a prática dos crimes de milícia privada, extorsão, homicídios, lavagem de capitais, além de porte, posse ilegal e comercialização de armas de fogo. O braço político da investigação foi desarticulado na segunda-feira (18/12), com a deflagração da Operação Batismo, em ação conjunta entre a procuradoria-geral de Justiça (PGJ/MPRJ) e a PF.
Durante a operação também foram apreendidos documentos, armas de fogo e diversos celulares. Os mandados, expedidos pelo Juízo da 1ª Vara Criminal Especializada no Combate ao Crime Organizado da Capital, foram cumpridos nos bairros de Campo Grande, Paciência, Cosmos, Sepetiba, Santa Cruz e Recreio dos Bandeirantes, todos na Zona Oeste da cidade. Os alvos compõem a base bélica e financeira da organização criminosa.
Operação Dinastia
A ação desta terça-feira deu continuidade das investigações iniciadas com a Operação Dinastia, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ) e PF/RJ em agosto de 2022, com o objetivo de desmantelar a organização criminosa formada por milicianos com atuação na Zona Oeste do Rio.
A ação é sequencial à Operação Batismo, que teve como objetivo apurar a participação e a articulação política desempenhada por parlamentar estadual do Rio de Janeiro, em conjunto com sua assessora, em benefício de milícia privada, que se autointitula “Bonde do Zinho”. Entre os alvos da operação do GAECO/MPRJ está Luis Antônio da Silva Braga, conhecido como Zinho. O grupo é considerado a maior organização criminosa do tipo milícia em funcionamento no Estado do Rio de Janeiro e, possivelmente, no país.
Investigações do GAECO/MPRJ e da PF/RJ, refinando material da primeira fase da Operação Dinastia, revelaram um detalhamento quanto ao modo de arrecadação das “taxas de segurança” por parte dos milicianos. As cobranças eram mensalmente planilhadas e, somente em fevereiro de 2023, o grupo criminoso teria arrecadado mais de R$ 308 mil com a cobrança de taxas feitas a grandes empresas do ramo da construção civil atuantes na Zona Oeste do Rio de Janeiro. No intuito de ocultar e dissimular a natureza, origem e a localização do dinheiro ilícito, os criminosos valiam-se de variadas contas para recebimento e circulação dos valores obtidos através das extorsões.
Com informações do MPRJ
Wagner Sales – Editor de Conteúdo