Júlia foi esganada pelo padrasto, por ser contra o relacionamento dele com sua mãe. Foto: Rede Social.

MP denuncia homem que vendeu bens de cliente e mecânico por homicídio

Rio (RJ) – O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial da área Ilha do Governador e Bonsucesso, denunciou, nesta sexta-feira (26/07), por apropriação indébita, Augusto Lemos da Cunha. De acordo com a denúncia do promotor de Justiça Sauvei Lai, Augusto apropriou-se de um barco e de uma carretinha, de propriedade de Rodrigo Cabral dos Santos, avaliados em R$ 12 mil, que estavam acautelados na marina da praia da Freguesia, na Ilha do Governador.

O documento relata que o crime foi cometido entre os dias 10 e 15 de junho de 2024, na Praia da Guanabara, na Ilha do Governador. O denunciado tinha a posse do barco, um modelo Corisco 5.0, e da carretinha, em razão de contrato de aluguel de espaço e de vigilância estabelecido com a vítima para mantê-los em uma marina situada na Praia da Guanabara, nº 1.371, bairro Freguesia.

Ainda de acordo com a denúncia, ao invés de proteger os bens, Augusto Lemos da Cunha os vendeu, estando assim, incurso nas sanções penais do artigo 168 do Código Penal, que prevê até 5 anos e 4 meses de prisão e pagamento de multa. Por fim, diante de diversos crimes praticados com o mesmo modus operandi, o MPRJ requereu a prisão preventiva do réu.

Matou e ocultou o cadáver

Outro que foi denunciado pelo MPRJ é o mecânico Luiz Paulo Alves Vieira Filho, acusado de matar e ocultar o corpo da enteada, Júlia Hemanuelly de Faria Costa, de 15 anos, em Piraí, no Sul Fluminense. A Promotoria de Justiça de Piraí pede a condenação de Luiz Paulo pelos crimes de feminicídio quadruplamente qualificado e ocultação de cadáver.

Em fevereiro de 2023, após levar a esposa ao trabalho, Luiz Paulo esganou a enteada, por ser ela contra o relacionamento dele com sua mãe, causando-lhe asfixia e lesões corto contundentes, que resultaram na sua morte.

Em seguida, Luiz Paulo embrulhou o corpo de Júlia em um lençol, colocando-o em seu carro, e se dirigiu até o Município de Quatis, onde, em uma área de mata, na localidade de São Joaquim, deixou o cadáver da vítima, cobrindo-o ainda com uma lona plástica, encontrada no próprio terreno.

“O crime ainda foi cometido de modo que tornou impossível a defesa da vítima, eis que foi cometido pelo padrasto dela, uma menina de 15 anos, homem de estrutura avantajada contra uma jovem adolescente sem qualquer chance. Por fim, o crime foi cometido por feminicídio, eis que praticado contra a mulher, no seio familiar, em razão do próprio sexo dela”, diz a denúncia.

Mensagens

Segundo a peça acusatória, friamente, Luíz Paulo ainda se apossou do celular de Julia, e, passando-se por ela, mandou mensagens, inclusive para a esposa, dizendo que a menina teria ido para o Rio de Janeiro.

O crime chocou toda a Região Sul Fluminense. Segundo o promotor de Justiça Marcelo Airoso, a demora em encontrar o corpo preocupou a população local. “Enquanto eram feitas as buscas pelo corpo, o assassino se passava pela menina, mentindo para a mãe dela. No telefone da própria Júlia, se passando por ela, ele dizia, por mensagens, que não ia voltar para casa e que era para a mãe cuidar bem dele que era um homem religioso e bom padrasto”, destacou o promotor.

Descoberta a autoria, foi o próprio Luiz Paulo que indicou o local onde estava o corpo. “Se ele não dissesse onde estava a ossada, dificilmente alguém ia achar porque, conforme ele mesmo falou, só tinha osso.  Uma vez achada a ossada, depois feito o exame da arcada dentária, verificou-se que era mesmo da menina”, explicou Marcelo Airoso, acrescentando que o assassino é réu confesso pelo assassinato da enteada e que já está preso por outro crime, que é considerado hediondo:  Luiz Paulo foi condenado no início deste ano a uma pena de 15 anos de reclusão em regime fechado por ter estuprado várias vezes sua esposa, mãe da jovem assassinada.

 

Com informações de assessoria

Wagner Sales – Editor de conteúdo

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