Por: Jorge Eduardo Magalhães
Outro caso cuja cobertura foi um enorme sucesso para o Patrulha Carioca –contudo, nem a mídia e nem mesmo a polícia deram muita importância – foi o macabro assassinato de Conchita Hernandez, seu marido Gervásio e sua avó Manuelita Hernandez. Tive praticamente exclusividade na cobertura.
O seu marido Gervásio, cabo da polícia militar, que trabalhava no rancho do Batalhão de Choque, estava faltando ao serviço há quase uma semana. Um plano de chamada foi acionado e, quando a patrulha chegou em frente à sua residência, ali perto, no Catumbi, os vizinhos também falaram sobre o mau cheiro na casa da lutadora, que também não aparecera mais nas rinhas e nem sua avó dera mais consulta.
O trio foi encontrado morto na sala. As marcas de sangue, já ressecadas, se espalhavam por todo o ambiente ainda mais fétido do que o comum. A perícia constatou que os três foram mortos a facadas. Manuelita, que não conseguia se levantar do sofá onde dava consultas devido à sua obesidade mórbida, estava caída no chão. Além do mau cheiro por causa da decomposição, havia também restos de comidas por todos os lados.
Um amigo meu da polícia me comunicou sobre o acontecimento e, imediatamente, parti para a sinistra casa no Catumbi, onde tirei fotos dos cadáveres e da casa toda suja de sangue. Aquela cena era horrível, mas sou um profissional, preciso manter um comprometimento com os leitores.
Assim como em outros casos, especulei o ódio de uma adversária de Conchita na rinha, ou alguém cuja feitiçaria de sua avó não tenha obtido resultado, e até mesmo pelo fato do magricela do cabo Gervásio ser da Polícia Militar e terem sido eliminados por traficantes locais.
Confesso que fiquei triste pela morte de Conchita e sua avó, por quem nutria certa amizade, mas o profissionalismo estava acima de tudo, pois aquela cobertura foi mais um sucesso do Patrulha Carioca.
NÃO PERCAM O CAPÍTULO DE AMANHÃ.
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Muito bons os textos! Parabéns, Jorge!
Cada vez mais frio e egocêntrico .👏👏👏👏👏