Por: Jorge Eduardo Magalhães
Durante uns dois ou três dias, cheguei a me esquecer da coluna do Anjo Epistolar. A imagem daquela moça, semelhante à minha esposa na juventude, deixou-me fascinado e, ao mesmo tempo, intrigado. Como seria possível, tamanha semelhança, inclusive no jeito e na voz.
Diariamente ia à mesma hora no restaurante, sentava-me ao balcão e bebia meia dúzia de chopes, na esperança de que Lisa aparecesse, sem sucesso. Não aguentava mais comer galeto com farofa e fritas, toda hora olhando para a porta do restaurante para ver se ela apareceria.
Cheguei a perguntar aos garçons e a alguns assíduos frequentadores se conheciam aquela menina com quem havia conversado ou se ela costumava frequentar o restaurante. Nenhum deles conhecia, e diziam que aquela fora a primeira e única vez que ela havia aparecido por lá.
Ansioso por vê-la, andei por toda a extensão da Pedro Américo para tentar encontrá-la, pois havia me falado que morava naquela rua. Entretanto, não obtive êxito. Era como se ela nunca houvesse existido, como se aquilo tudo não passasse de um devaneio, de uma visão.
Comecei a achar que a semelhança com minha esposa era mera coincidência, que seu nome e toda aquela história que havia me contado era tudo mentira para fazer com que coroas bobos, como eu, lhe dessem um dinheiro, lhe pagassem o almoço e alguns chopes, achando que conseguiria alguns favores sexuais. Na verdade, não pensei em favores sexuais, apenas fiquei fascinado diante da semelhança com minha esposa.
Resolvi esquecer aquele assunto. Lisa deveria ser apenas mais uma golpista. Fui para o meu apartamento continuar o meu trabalho que estava tendo bastante êxito. Abri a minha caixa de e-mail e lá estava a mensagem do Anjo do Portal, intitulado “Primeira Epístola”
NÃO PERCAM O CAPÍTULO DE AMANHÃ.
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Muito bom o mistério 👏👏👏👏