Por: Jorge Eduardo Magalhães
Consegui fazer exercícios mentais para não me lembrar mais de minha esposa e nem do ato desesperado e insano que cometi. Saí do hotel barato e aluguei um quarto e sala para mim na Glória, cujo tamanho era ótimo para uma pessoa sozinha, como eu, e sua localização estava próxima de tudo o que eu necessitava.
Aos poucos, meu coração foi aliviando e fui recomeçando a minha vida. As febres, o mal-estar e as crises de ansiedade foram, naturalmente, desaparecendo. Para mim, de vez em quando vinham as recordações dos bons momentos com minha esposa, a triste lembrança de suas últimas palavras e a imagem de seu cadáver inerte; mas, para o restante do mundo, parecia que ela nunca havia existido.
Era como se eu fosse uma outra pessoa. Todos os dias eu caminhava no Aterro do Flamengo, toda semana jantava fora e praticava exercícios, estava limpando meu corpo das toxinas cujos anos de baixa autoestima e humilhações me proporcionaram. Embora ainda sentisse certo remorso do que havia feito e o risco de destruir minha vida, tinha que seguir em frente.
Aquele era o momento do recomeço, esquecer todo o meu passado sombrio de fracassos e desilusões e iniciar do zero, com um novo projeto e um novo empreendimento que eu mesmo poderia financiar, sem ter que me humilhar para a arrogante de minha esposa e nem para ninguém.
Quem sabe encontraria um grande amor? Um amor verdadeiro que não se sentisse superior a mim? Sim, Por que não?
Quis retomar o projeto de ter meu próprio jornal e os direitos sobre o nome do Patrulha Carioca ainda não haviam sido vendidos. Fiquei empolgado, afinal, poderia pagar com o meu dinheiro, ou melhor, com o dinheiro que era da falecida. Entrei em contato com o responsável.
NÃO PERCAM O CAPÍTULO DE AMANHÃ.
Acessem meu blog: http://jemagalhaes.blogspot.com
Adquiram meu livro UMA JANELA PARA EUCLIDES
editorapatua.com.br/uma-janela-para-euclides-dramaturgia-de-jorge-eduardo-magalhaes/p
Muito frio e calculista. Excelente narrativa!